Partido Comunista do Capitão Planeta

Uma parte da esquerda pequeno-burguesa busca se apoiar em questões identitárias para tentar desestabilizar o governo. Outra parte dessa mesma esquerda tem se apoiado nas chamadas questões ambientais, a nem tão nova “polêmica” diante do desenvolvimento nacional.

É o caso do PCBR que, pressionado pela política ambiental, é mais uma organização que se coloca contra o desenvolvimento nacional em nome da defesa do “meio ambiente”, como afirma texto recentemente publicado em seu jornal digital O Futuro.

Não que o governo Lula tenha feito muitos esforços nesse sentido — ou seja, o de desenvolver o Brasil —, mas as parcas iniciativas sofrem resistência dentro e fora do governo federal. São pessoas e organizações diretamente financiadas pelo imperialismo e seus interesses coloniais, ou que, influenciadas por essa política, fazem campanha gratuita contra o desenvolvimento nacional.

Segundo o PCBR, “a visita de comitivas chinesas ao Brasil no último mês sinalizou, de forma mais clara, a disposição do país em investir capital e tecnologia nesse megaprojeto brasileiro: de facilitar o escoamento de minério de ferro e soja até o Pacífico e impulsionar as exportações para a Ásia”. Até aqui, tudo bem.

Mas o problema, para o PCBR, é que “as novas Rotas de Integração Sul-Americana abarcam um projeto antigo da burguesia, apoiado por empresários e pela imprensa, que busca ampliar a infraestrutura logística, expandir o agronegócio no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, e reforça um modelo econômico dependente da exploração intensiva da natureza e da exportação de produtos primários e semielaborados”.

Ampliar a infraestrutura do país, por mais que seja uma iniciativa da burguesia, não é ruim por si só. Aliás, boa parte do desenvolvimento do Brasil é resultado da ação da própria burguesia. E o desenvolvimento é benéfico para a classe operária. O atraso é que é nocivo, basta ver as condições gerais dos trabalhadores brasileiros e compará-las com as dos trabalhadores africanos.

A natureza está aí para ser explorada. Tudo o que os olhos veem hoje, especialmente nas grandes cidades e capitais, é fruto da exploração dos recursos naturais. E trata-se de um caminho sem volta, pois é parte inerente ao desenvolvimento da sociedade, da sua evolução.

Que ambientalistas de fachada protestem contra isso é até compreensível. Não é de hoje que o imperialismo busca, de todas as formas, impedir o desenvolvimento dos países atrasados. Mas que a esquerda dita revolucionária assuma o papel de “Capitão Planeta”, isso, sim, é lamentável.

Por outro lado, surge a temida palavra “agronegócio”. A partir de agora, num passe de mágica, um país com ampla área rural se transformará em quê, exatamente? É claro que existe um vasto mercado agrário, justamente devido ao impedimento do desenvolvimento nacional. Citar a palavra da moda “agronegócio” não quer dizer absolutamente nada.

Segundo o PCBR, “Lula retoma e expande a carteira de obras do Arco Norte priorizando os mesmos portos hidroviários estratégicos e as ferrovias: Ferrogrão, Fico e Fiol, além da duplicação das BRs 163 e 364 e a conclusão da BR-319. Tudo isso pode ou não ser finalizado, mas cada nova obra deixará o seu rastro de destruição”.

Agora, o receio da esquerda revolucionária é o apocalipse climático ambiental, em sintonia com todas as últimas políticas do imperialismo para os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

Embora o texto critique as privatizações — o que é justo e deve ser denunciado —, o restante da publicação é uma campanha ambiental contra as medidas de desenvolvimento do governo Lula, que está se segurando nas cordas.

Por isso, a conclusão do mesmo é: “a resistência indígena, a greve dos professores e a mobilização das periferias de Belém mostram que há alternativas a esse modelo. O desafio não é apenas derrotar um governador ou um clã, mas destruir o Estado burguês que sempre será refém dos interesses dos grandes capitalistas — e construir um projeto socialista que, de fato, coloque os trabalhadores e os povos oprimidos da floresta, do campo e da cidade no centro do poder político”.

Os “povos oprimidos da floresta” querem desenvolvimento, celulares, internet, casas, carros e todo o restante que é produzido para facilitar a vida nesta terra — e se somar aos povos oprimidos da cidade para organizar a revolução, que será mais fácil e até natural com o próprio avanço e com o desenvolvimento.

Obviamente, é preciso destruir o Estado burguês, mas a “luta” ambiental não tem absolutamente nada a ver com isso. A luta operária, sim. E ela está ligada diretamente ao desenvolvimento nacional e também não tem nada a ver com a “construção de um projeto socialista”. Essa expressão é apenas uma maneira envergonhada de dizer que não se fará luta socialista alguma — é só o “projeto”, que, ironicamente, está em eterna construção.

Os operários do campo e da cidade devem lutar pelo desenvolvimento amplo do país, que é o que garante melhores condições de vida e, por consequência, melhores condições de luta. A chamada questão ambiental é um pretexto imperialista para impedir esse processo e, como tal, deve ser denunciada como uma política conservadora.

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