Deputados recordam que país asiático é hoje o principal parceiro comercial do Brasil
O Congresso Nacional realizou nesta quinta-feira (15) sessão solene em comemoração aos 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China, tendo o 15 de agosto como o Dia Nacional da Imigração Chinesa (Lei 13.686/18). A solenidade foi proposta pelos deputados Bruno Silva (PP-SP) e Leonardo Almeida (PCdoB-BA) e pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS).
Embaixador da República Popular da China, Wang Li destacou como ponto forte das relações sino-brasileiras a persistência em buscar o respeito mútuo, o desenvolvimento conjunto e o fortalecimento dos laços interpessoais.
“As relações sino-brasileiras atravessam hoje o seu melhor momento histórico, repletas de vitalidade e dinamismo, tal como os magníficos rios Yangtze e Amazonas, que fluem caudalosos em seus avanços incessantes”, disse o embaixador da China no Brasil.
Citando o renomado filósofo chinês Confúcio, Li disse que é aos 50 anos que conhecemos o destino, sugerindo que ao chegarmos à meia idade adquirimos sabedoria e discernimento para reconhecer nosso propósito.
“Estamos profundamente entusiasmados em unir forças com amigos de todas as esferas da sociedade brasileira, seguindo a direção traçada pelos nossos líderes para impulsionar as relações sino-brasileiras a novos patamares e mantê-las na vanguarda do nosso tempo”, disse o embaixador.
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, tendo se tornado, no ano passado, o primeiro país a comprar mais de US$ 100 bilhões em produtos brasileiros no período de um ano, com destaque para soja, petróleo e minério de ferro. A China é o destino de 30,7% das exportações brasileiras e responde por 52% do superávit da balança comercial do país. Por outro lado, o Brasil importa mais de US$ 50 bilhões em produtos chineses.
Coordenador da Frente Parlamentar Brasil-China na Câmara dos Deputados, o deputado Bruno Silva destacou a importância da parceria comercial entre os países. “A China é o nosso maior parceiro comercial, com um intercâmbio que abrange desde commodities até tecnologia e infraestrutura. Além disso, investimentos chineses têm apoiado desenvolvimento de setores chave no Brasil, como energia, transporte e telecomunicação.”
Conhecimento
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria Silva lembrou que a China é o país que mais registra patentes de produtos no mundo. “É o país que mais produz conhecimento no mundo, segundo os principais rankings de publicação científica”, disse a ministra. Maria Silva afirmou que o governo brasileiro tem interesse em aprofundar a colaboração com a China em tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, tecnologias quânticas, supercomputação e semicondutores.
O deputado Leonardo Almeida, presidente do grupo parlamentar Brasil-China na Câmara dos Deputados, lembrou a chegada dos primeiros imigrantes chineses ao Brasil em 1810 no Rio de Janeiro, em uma parceria para o cultivo de chá na Floresta da Tijuca. Almeida destacou ainda que foi organizada uma exposição na Câmara dos Deputados para marcar os 50 anos das relações entre os países, com o objetivo de mostrar diferenças e similaridades em áreas como economia, agricultura, esportes, vegetação, tecnologia, gastronomia, entre outras.
Durante a solenidade foram lançados uma moeda e um selo comemorativos.