Organizações da sociedade civil ligadas ao Pacto pela Democracia entregaram aos deputados e senadores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro um manifesto com 184 mil assinaturas contrárias à anistia para os envolvidos nos ataques às instituições democráticas, nesta quarta-feira (7/5). A campanha “Sem Anistia para Golpistas” (semanistia.org) pressiona pelo arquivamento do projeto de lei (PL 2.858/2022), que prevê o perdão a participantes da tentativa de golpe em 2023.
O ato ocorreu ao lado do busto do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela Ditadura Militar, com a presença de parlamentares e movimentos sociais. O deputado Rogério Correia (PT-MG), membro da CPMI, destacou a importância da mobilização. “É um movimento pela democracia no Brasil muito importante. Essa história de anistia que querem para golpistas é parte da estratégia do golpe continuado, que o bolsonarismo e a extrema direita perseguem no mundo todo”, afirmou.
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Crimes e provas contra os golpistas
O parlamentar lembrou as evidências colhidas pela CPMI, Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe como a violência no dia da diplomação do presidente Lula em dezembro 2022, com tentativa de invasão à PF; o caso da bomba no Aeroporto de Brasília e uso de hackers para atacar urnas eletrônicas. O plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes; e os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro. “Não foi um piquenique. Eles tentaram um golpe, e as provas são abundantes. Anistia seria perdoar para que o golpe continuasse”, afirmou Rogério Correia.
Golpe continuado
O deputado mineiro criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no processo, por convocar atos pró-anistia. “Ele é o principal responsável. Desmoralizou as urnas, fugiu para os EUA com joias roubadas e cartão de vacina falso, e esperou que a violência do 8 de janeiro virasse um levante. Agora, pressiona para não ser punido”.
Ele reforçou que o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP) e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já descartaram votar o PL da anistia.
Protocolo
Após o ato, os parlamentares seguiram até a secretária-geral da Casa para protocolar o manifesto. A mobilização segue coletando assinaturas no site semanistia.org.
“Bolsonaro comanda badernas para criar caos e se vender como ‘salvador’. Isso é golpe continuado. Não foram protestos pacíficos. Houve tentativas de assassinato e destruição. A democracia precisa ser defendida”, afirmou Rogério Correia.
Do PT Câmara