Avanços na saúde, na transição energética e em obras do Novo PAC estão entre alguns dos principais resultados da parceria entre Brasil e a China. Acordos recentes permitirão a construção do primeiro hospital digital de referência no Brasil, bem como a expansão de carros elétricos e soluções de baterias para estabilização do Sistema Interligado Nacional (SIN) e a construção do Corredor Bioceânico.

No caso da saúde, o ministro da pasta, Alexandre Padilha recebeu, nesta semana, o embaixador extraordinário e plenipotenciário da China, Zhu Qingqiao. O encontro teve como principal objetivo o fortalecimento da colaboração entre os dois países na implementação de soluções digitais no Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na transformação digital e na inovação do setor. 

Um dos principais pontos discutidos foi a construção do primeiro hospital digital de referência no Brasil, que será erguido em São Paulo e contará com mais de 800 leitos. 

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“O fortalecimento da parceria Brasil-China é fundamental para o SUS, promovendo não apenas a inovação no setor de saúde, mas também a construção de um futuro mais justo e sustentável para as próximas gerações”, afirmou o ministro.

De acordo com MS, o projeto visa integrar as mais avançadas tecnologias, a exemplo da inteligência artificial, para otimizar a gestão hospitalar e melhorar a qualidade do atendimento. O financiamento do hospital está sendo negociado com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco dos Brics.

Outro ponto central dessa parceria é a declaração conjunta entre os dois países, que abrange a indústria biomédica, a produção de insumos para saúde e o desenvolvimento conjunto de vacinas.

Energia

Em preparação à viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China em maio, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, começou neste domingo (20) uma agenda estratégica na China para atrair investimentos em carros elétricos, baterias e data centers para o Brasil.

O primeiro compromisso foi em Shenzhen, na sede corporativa da BYD, gigante do setor de mobilidade elétrica e energia limpa, em que já foram alinhados investimentos em duas frentes: uma em expansão de carros elétricos e outra voltada para soluções de baterias para estabilização do Sistema Interligado Nacional (SIN).

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De acordo com Silveira, o Brasil reúne condições únicas para liderar o processo de transição energética, “com uma matriz elétrica majoritariamente limpa e potencial tecnológico crescente; estamos empenhados em buscar as melhores experiências internacionais para transformar esse potencial em oportunidades concretas para todos os brasileiros”.

Novo PAC e Corredor Bioceânico

Também nesta semana, integrantes do governo chinês se reuniram com membros do governo federal para conhecer projetos e obras que fazem parte da carteira do Novo PAC. A delegação discutiu a construção do Corredor Bioceânico e conheceu, por exemplo, as obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), no estado de Goiás.

O Corredor Bioceânico é um projeto estratégico para os dois países, criando uma saída alternativa pelo Oceano Pacífico, facilitando o acesso do Brasil e de outros países da América Latina aos mercados asiáticos.

Outra importante característica do corredor é a conexão com a Ferrovia Norte-Sul, integrando as áreas produtoras de commodities agrícolas do Centro-Oeste à malha ferroviária existente e aos portos do litoral brasileiro.

Segundo o governo, tais investimentos compõem um dos principais focos da atual gestão nessa área: o projeto das Rotas de Integração Sul-Americana. As obras já estão em curso e o objetivo é conectar os países da região de um lado a outro, integrando por terra os dois oceanos, Atlântico e Pacífico.

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Last Update: 20/04/2025