O deputado paraguaio Eulalio Gomes, do governista Partido Colorado, faleceu, na segunda-feira 19, após uma troca de tiros com a polícia antidrogas.
O confronto ocorreu durante uma operação de busca em sua residência no nordeste do país, informaram fontes oficiais.
“Os intervenientes foram repelidos com tiros e responderam o fogo, ferindo mortalmente o parlamentar”, disse o chefe da Polícia, delegado Carlos Benítez, à imprensa.
A operação visava capturar Alexandre Gomes, filho do político, que escapou e se entregou às autoridades logo após, segundo o relatório policial.
A ordem de busca foi assinada por um juiz para a prisão de pessoas suspeitas de fazer parte de um esquema de lavagem de dinheiro originário do narcotráfico e associação criminosa.
O chefe da Polícia informou que foram realizadas duas operações em propriedades pertencentes ao deputado na cidade de Pedro Juan Caballero, 550 quilômetros ao nordeste de Assunção, na fronteira seca com o Brasil.
Benítez esclareceu que os agentes antidrogas não tinham previsto prender o político, que possui foro privilegiado parlamentar, e que a operação buscava apreender documentos relacionados a uma investigação por conexões com o narcotráfico na qual o falecido estava envolvido.
Em 2015, outro deputado governista, Magdaleno Silva, também faleceu, mas nas mãos de assassinos de aluguel em frente à sua casa, em uma localidade a 50 quilômetros do local onde Gomes morava.
“São cada vez mais preocupantes os vínculos entre o narcotráfico e a política”, disse à imprensa o criminologista Juan Martens.
“Existe informação sobre pessoas que são intendentes, vereadores de cidades do interior e dirigentes políticos que estão sob suspeita”, destacou, após apontar especialmente para região nordeste da fronteira seca com o Brasil.