Um submarino nuclear de ataque representa a principal defesa dos países subdesenvolvidos contra a mais poderosa ferramenta de agressão do imperialismo: os porta-aviões de propulsão nuclear.

Submarinos: Tipos, Propulsão e Funções Estratégicas

Submarinos operam submersos e são peças-chave na defesa naval. Com funções como patrulha, reconhecimento e ataque, dividem-se em dois tipos: convencionais (diesel-elétricos) e nucleares.

Submarinos a diesel precisam emergir com frequência para recarregar baterias, o que os torna mais vulneráveis. Em contraste, os nucleares usam reatores que garantem longos períodos submersos, aumentando a furtividade e o alcance.

Submarinos nucleares se classificam em dois: de ataque (SSN), focados em combate e reconhecimento, e de mísseis balísticos (SSBN), que atuam como dissuasores estratégicos, com capacidade de retaliação nuclear à distância.

Os porta-aviões: projeção de poder do imperialismo

O imperialismo, especialmente o dos EUA, usa porta-aviões para controlar rotas estratégicas e intervir em países soberanos. Essas embarcações projetam poder à distância, impõem interesses geopolíticos e servem como ferramentas de dominação. Casos como as Guerras do Golfo e o golpe de 1964 no Brasil mostram seu papel central na manutenção da hegemonia imperialista.

O poder dos porta-aviões vai além da força militar. Estas belonaves contam com aviões de combate e escoltas navais chamadas de Task Force e amplo suporte tecnológico e logístico. Sobretudo pela ampla rede de satélites espiões dos Estados Unidos, que pode observar qualquer ponto descoberto do planeta encontrando qualquer navio em qualquer mar. Essa estrutura permite controlar vastas áreas marítimas e impor vontades sobre nações e rotas comerciais, reforçando o domínio global das potências. O submarino nuclear ficando debaixo d’agua por várias semanas consegue escapar dessa vigilância.

No entanto, todo esse poder carrega uma vulnerabilidade inerente: o gigantismo e a centralidade dessas embarcações as tornam alvos prioritários e, ao mesmo tempo, pontos frágeis na estratégia militar. Um porta-aviões é um símbolo de poder tão impressionante que sua destruição ou neutralização teria um impacto estratégico e psicológico devastador. A concentração de recursos e tecnologia em uma única embarcação cria um “calcanhar de Aquiles”: se o porta-aviões for atingido, toda a cadeia de suporte que o sustenta pode ser comprometida. Essa vulnerabilidade é ainda mais evidente diante de ameaças como SSNs e seus torpedos, mísseis hipersônicos e táticas assimétricas, que desafiam as suas defesas tradicionais. Assim, o próprio gigantismo que torna os porta-aviões tão poderosos também os expõe a riscos estratégicos significativos

A dissuasão estratégica e a força assimétrica dos submarinos nucleares

O submarino nuclear de ataque representa uma resposta eficaz ao poder dos porta-aviões. Enquanto estes exibem força visível, os submarinos operam na sombra, usando a furtividade como arma principal. Permanecem submersos por meses, tornando-se praticamente indetectáveis aos satélites espiões desafiando assim a lógica de poder.

Para países sem recursos para construir porta-aviões, os submarinos nucleares são uma alternativa estratégica viável. Embora caros, exigiria menos infraestrutura e poderia ameaçar uma frota inteira com torpedos, mísseis ou simplesmente por sua presença invisível. Enfim, essa dissuasão força as potências imperialistas a repensarem suas estratégias diante de um risco real e imprevisível.

Mais que armas, esses submarinos se tornam instrumentos políticos. Alteram o equilíbrio de poder e permitem que nações subdesenvolvidas defendam sua soberania sem confronto direto. São formas de resistência tecnológica frente ao imperialismo, simbolizando autonomia e capacidade de enfrentamento diante da dominação global.

O Submarino Nuclear Brasileiro: Resistência Tecnológica e Pressões Imperialistas

O submarino nuclear brasileiro, o SN-10 Álvaro Alberto, simboliza um marco estratégico na busca do Brasil por soberania tecnológica e militar. Idealizado desde as décadas de 1970 e 1980, o projeto ganhou forma com o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), lançado nos anos 2000. A iniciativa, liderada pela Marinha e com participação da indústria nacional, visava proteger o litoral brasileiro e o pré-sal, além de posicionar o Brasil como potência emergente no cenário global. Infelizmente o projeto sofreu interrupção.

Pois esse avanço incomodou potências imperialistas, como os EUA, que veem o domínio tecnológico como essencial à sua hegemonia. A autonomia buscada pelo Brasil com o PROSUB desafiou a lógica de dependência imposta pelo sistema imperialista. Em resposta, os EUA pressionaram governos brasileiros a desacelerar o programa, muitas vezes com apoio de setores entreguistas da elite nacional, que cortaram verbas sob pretextos econômicos.

Além disso, pretensos movimentos ambientalistas, influenciados ou financiados por interesses internacionais, atacaram o projeto sob argumentos ambientais ou antimilitaristas. Esses discursos, embora travestidos de preocupação legítima, reforçam a ideia de que países em desenvolvimento não devem dominar tecnologias estratégicas. O caso do Álvaro Alberto revela uma disputa maior: a luta entre soberania nacional e a perpetuação da dependência imposta por potências globais.

A Dissuasão Nuclear como Defesa: O Caso da Coreia do Norte

Uma nação oprimida não precisa de arma baseada em energia nuclear para ameaçar outros países, mas sim para garantir sua própria sobrevivência frente à agressão imperialista. A Coreia do Norte é um exemplo claro dessa estratégia. Ao desenvolver armas nucleares e mísseis balísticos, o país não busca atacar primeiro, mas sim dissuadir intervenções externas, especialmente dos EUA e seus aliados.

A posse de armas nucleares pela Coreia do Norte coloca países próximos, como o Japão, em risco. A Coreia do Norte tem mísseis que podem atingir alvos a grandes distâncias. Por estar perto e ser aliado dos Estados Unidos, o Japão vira um alvo importante em caso de conflito. Mesmo dizendo que suas armas são para defesa, a Coreia do Norte mostra, com essa ameaça, sua força militar e influência na região.

Assim, a dissuasão nuclear não é um instrumento de agressão, mas sim de autopreservação para países que vivem sob constante cerco geopolítico. Enquanto os EUA mantêm sua frota de porta-aviões como ferramenta de projeção de poder, nações como a Coreia do Norte dependem de suas capacidades nucleares para evitar a destruição.

O Declínio dos Porta-Aviões: Drones, Mísseis Hipersônicos e a Nova Guerra Assimétrica

O submarino nuclear de ataque (SSN) sempre foi considerada a melhor arma para enfrentar porta-aviões, mas o conflito no Mar Vermelho, liderado pelo Ansar Allah (Houthis) em defesa do povo palestino de Gaza, revelou métodos ainda mais eficazes de guerra assimétrica. Drones baratos, mísseis de cruzeiro e até armas hipersônicas estão desafiando a supremacia naval dos EUA, forçando seus porta-aviões a recuar.

Os Houthis demonstraram que mesmo um grupo armado sem recursos avançados pode neutralizar uma frota imperialista usando tecnologia acessível. Seus ataques com drones e mísseis obrigaram os EUA a reposicionar seus navios, mostrando que os porta-aviões, antes símbolos de poder inquestionável, são agora alvos vulneráveis. Além disso, mísseis hipersônicos, quase impossíveis de interceptar, representam uma ameaça ainda maior, tornando as defesas tradicionais obsoletas.

Esse cenário marca uma virada histórica: o imperialismo já não pode contar com a invencibilidade de seus gigantes navais. A guerra no Mar Vermelho prova que a resistência assimétrica, combinada com inovação tecnológica, pode nivelar o campo de batalha, mesmo contra a maior potência militar do mundo. Enquanto os EUA investem bilhões em porta-aviões, seus adversários descobriram formas mais baratas e eficazes de neutralizá-los – um golpe estratégico no coração da dominação imperialista.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 30/04/2025