Não deu outra: o Banco Central de Gabriel Galípolo, seguindo a política nefasta de Roberto Campos Neto, anunciou um aumento de 1% na taxa de juros nesta quarta-feira (29). Com a Selic agora a 13,5%, o pagamento dos juros da dívida pública passa a abocanhar 55 bilhões de reais a mais do orçamento federal que a dois dias atrás.
Levando em conta despesas com aquisição do terreno, projeto arquitetônico e de engenharia, construção civil, instalações elétricas e hidráulicas, equipamentos médicos e mobiliário e acabamentos, estima-se que construir um hospital novo custaria cerca de 227 milhões de reais. Estes 55 bilhões, portanto, podem ser vistos como 242 hospitais que deixarão de ser construídos.
Em 2018, a prefeitura de São Paulo anunciou o investimento de 306,2 milhões de reais para a construção de 80 creches e 13 escolas. As novas unidades educacionais, uma vez prontas, atenderiam 10,8 mil crianças na capital paulista. Estes 55 bilhões, portanto, também podem ser vistos como 14.320 creches e 2.327 escolas que deixarão de existir e que deixarão de atender quase 2.000.000 de crianças.
E para quê? Para agradar a ganância de meia dúzia de vampiros que sequer moram no Brasil. Para saciar um punhado de especuladores que têm como missão de vida esganar cada vez mais os trabalhadores para aumentar suas riquezas.
É para isso que serve a política carniceira de Campos Neto e, agora, de Gabriel Galípolo. É para isso que veio o mais novo presidente do Banco Central: para continuar os ataques da autarquia contra a população, para continuar sabotando a economia nacional e impedir que o Brasil se desenvolva, para continuar alimentando os banqueiros às custas da vida do povo brasileiro.
Diz-se que, no escritório de Campos Neto, em Brasília, foi pendurada uma placa que dizia: “para o povo, nada; para os banqueiros, tudo”. Diz-se que Galípolo, em seu primeiro dia na função, decidiu manter o lembrete em sua sala para garantir que nunca cometeria o grave erro de permitir o desenvolvimento do Brasil e, com isso, a melhora nas condições de vida do povo.
