O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro dificilmente será votado no plenário. Em entrevista à rádio Opinião CE, Guimarães declarou que “não há espaço para a anistia” e que os recentes acontecimentos, como as prisões do general Braga Netto e do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, contribuíram para diminuir ainda mais as chances de aprovação.
“Quando aconteceu a tentativa de golpe no dia 8, se fosse só aquilo, eles poderiam construir um movimento muito forte para aprovar a anistia, mesmo com nossas manifestações contrárias. Tinha certo espaço para isso. Mas vieram os fatos subsequentes, as prisões do Cid, do general Braga, e a questão do plano montado para tirar a vida do presidente, do vice-presidente e de um ministro do Supremo. Então, o espaço para debater e aprovar isso está muito reduzido”, explicou Guimarães ao Estado de S. Paulo.
O parlamentar enfatizou que, mesmo com a pressão da oposição, a Câmara não deve levar o projeto adiante. “Não vejo nenhum espaço para isso e nem acho que o presidente da Câmara vá colocar isso para votar”, afirmou. A decisão sobre a votação caberá ao sucessor de Arthur Lira (PP-AL), que deixará o cargo em fevereiro. Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito para assumir a presidência da Casa, conta com o apoio da oposição, que pressiona pela aprovação da anistia.
Em 2024, Arthur Lira criou uma comissão especial para analisar o projeto, mas não chegou a designar os integrantes. Segundo o deputado Zucco (PL-RS), novo líder da oposição na Câmara, a pauta continuará sendo prioridade em 2025. “Vamos trabalhar, em 2025, o que foi apalavrado em relação à anistia. Inclusive, a oposição está apoiando a candidatura [de Motta] em cima do que foi apalavrado em relação à anistia”, disse Zucco.
A proposta de anistia enfrenta forte resistência do governo e da base aliada no Congresso, principalmente após as denúncias de um suposto plano de assassinato de autoridades, incluindo o presidente Lula. “A Câmara não vai votar isso, porque o espaço está muito espremido pelos fatos”, reforçou Guimarães, argumentando que os novos desdobramentos enfraqueceram ainda mais a articulação política em torno da pauta.
Embora a oposição continue pressionando pela aprovação do projeto, a resistência do governo e os desdobramentos dos fatos tornam improvável o avanço da anistia na Câmara. Como destacou o líder governista: “Não há espaço para aprovar essa tal da anistia”.
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