Para formar estoques de arroz após sete anos, Governo antecipa contratos de compra

Da Agência Gov

O Governo Federal abriu crédito extraordinário para a compra direta de arroz cultivado pelos agricultores e agricultoras familiares. A medida vale para aqueles que quiserem exercer o direito de venda do alimento para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entidade vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Com a medida, a expectativa da pasta é a de formar os primeiros estoques de arroz após sete anos, além de refletir nas ações voltadas à redução do preço dos alimentos comprados pelos brasileiros.

Os agricultores poderão vender o produto negociado em contrato a partir do final de abril, uma vez que a Conab poderá antecipar a compra do grão adquirido por Contratos de Opção de Venda (COV) de agosto para o final do próximo mês, com pagamento de 20% acima do preço mínimo, carregado pelos custos logísticos e financeiros da colheita até a entrega do produto.

Os contratos de opções de venda são uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor rural o direito de vender seu produto para o governo, em uma data futura, a um preço previamente fixado. Neste modelo de contrato não há a obrigação de venda. No entanto, o modelo garante renda ao produtor, estimula a produção para atender o consumo interno e forma estoques públicos.

Produção de arroz

Ao todo foram firmados 3.396 contratos, acordados em três leilões, que foram realizados em dezembro do ano passado, resultando na negociação de cerca de 91,7 mil toneladas de arroz. Uma parte expressiva da negociação foi realizada pelo Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Os dois estados são considerados os maiores produtores do grão da atualidade.

Os sulistas foram responsáveis pela contratação de 58.455 toneladas do cereal, o que corresponde a 63,75% do total negociado. Já o Mato Grosso foi responsável por 31,54% dos lotes arrematados nos leilões. Foram 1.071 contratos negociados, o que representa um volume de, aproximadamente, 28,92 mil toneladas do grão.

Os produtores gaúchos que optarem pela venda antecipada no início de maio receberão R$ 82,85 por saca. A oferta inicial foi de R$ 87,62, mas há um desconto pela diferença no período de carregamento logístico e financeiro do produto. Os mato-grossenses que decidirem vender no início de junho o produto negociado com a Conab irão receber R$ 99,98. Se a venda for realizada no prazo final do contrato firmado, o valor a ser pago pela Conab pela saca será de R$ 107,84.

Safra

Paralela à medida anunciada pelo Governo Federal, a entrada da safra de arroz no mercado interno tende a manter a baixa nos preços pagos aos produtores. Além disso, a boa produção do alimento não só no Brasil, como em outros importantes países produtores, pode favorecer a oferta do grão no mercado internacional.

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) apontam para um recorde histórico de produção do grão na América Latina, que pode atingir 18 milhões de toneladas na safra 2024/25. Na Índia também há previsão de alta de 5,2% na safra.

Além da expectativa de uma boa colheita mundial para o grão, a recuperação das exportações asiáticas também pode contribuir para um aumento na oferta no mercado internacional. No final de 2024, a Índia decidiu suspender as restrições à exportação de arroz branco não-basmati, o que ajudou a fortalecer o fornecimento global.

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Last Update: 25/03/2025