Novo recorte da pesquisa Datafolha, divulgado no domingo (7), revela que a maior parte da população (54%) acredita que Jair Bolsonaro (PL) tinha a intenção de fugir do Brasil quando tentou violar a tornozeleira eletrônica, o que antecipou a sua detenção na Superintendência da Polícia Federal em Brasília (DF).
A pergunta feita aos entrevistados foi: “O ex-presidente Jair Bolsonaro tentou violar a tornozeleira eletrônica. Bolsonaro disse que danificou a tornozeleira eletrônica em meio a um surto por causa do uso de remédios, já o ministro do STF Alexandre de Moraes considerou que o ex-presidente estava planejando uma fuga. Na sua opinião, Bolsonaro teve um surto e por isso danificou a tornozeleira eletrônica ou ele tinha intenção de fugir?”
Com base na questão, completam com 33% os eleitores que atribuem a um surto a tentativa de retirar a tornozeleira e outros 13% não souberam responder.
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Na divulgação feita pela Folha, é indicado que entre os jovens de 16 a 24 anos, 60% acreditam mais na fuga, representando a faixa etária que mais entende que Bolsonaro queria escapar da justiça. Esse valor é ainda maior no Nordeste, alcançando 61% dos moradores, e ainda superior entre os eleitores do presidente Lula, 66%.
Quando consideradas as faixas socioeconômicas, os mais ricos são os que mais entendem que o ex-presidente surtou, 40%. A avaliação de surto chega ao mesmo percentual entre os habitantes das regiões Sul e Norte/Centro-Oeste, conseguindo 46% entre evangélicos e 66% entre aqueles que votaram nele no 2º turno das eleições de 2022.
A pesquisa Datafolha ouviu 2.002 eleitores em 113 municípios brasileiros entre 2 e 4 de novembro, com margem de erro de dois pontos para mais ou menos.
Risco de fuga
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou a prisão preventiva de Jair, em 22 de novembro, após ele tentar romper a tornozeleira eletrônica.
Na visão do magistrado, havia risco concreto de fuga e também ameaça à ordem pública diante da iminência do trânsito em julgado da ação penal em que Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos de prisão pela trama golpista – a decisão da Corte Superior foi tomada em 11 de setembro.
Dessa maneira, o ex-presidente deixou a prisão domiciliar, na qual estava desde 4 de agosto, por descumprimento de medidas cautelares, para ser preso na Superintendência da PF.
Em 25 de novembro, o ministro decretou o início do cumprimento da pena (ele já estava na PF e está lá até agora). Em outro dado trabalhado pelo Datafolha, a maioria da população também observa que a prisão de Jair é considerada justa, com o mesmo percentual (54%) dos que observam que ele quis fugir para não cumprir a pena.