Na última sexta-feira (28), um tribunal no Panamá absolveu 28 pessoas, incluindo os fundadores do escritório de advocacia Mossack Fonseca, do crime de lavagem de dinheiro relacionado ao escândalo internacional conhecido como “Escândalo dos Papéis do Panamá”. O julgamento ocorreu na Cidade do Panamá, onde a juíza Baloísa Marquínez concluiu que as provas obtidas nos computadores do escritório não eram suficientemente autênticas e conclusivas para determinar a culpabilidade dos acusados.
Segundo a AFP, entre os absolvidos estão Jurguen Mossack e Ramón Fonseca, este último morto recentemente. A promotoria havia pedido a pena máxima de 12 anos de prisão para ambos, mas “a juíza determinou que o restante das provas não eram suficientes e conclusivas para determinar a responsabilidade penal dos acusados”, de acordo com o comunicado emitido pela justiça panamenha.
O “Escândalo dos Papéis do Panamá”, revelados em 2016, expuseram vastas redes de offshores utilizadas por figuras públicas e privadas para ocultar patrimônio e evitar impostos. O caso envolveu personalidades de todo o mundo e colocou o Panamá no centro de críticas por suas leis facilitadoras de práticas financeiras opacas.
No contexto do caso Lava Jato do Brasil, os promotores também acusaram Mossack Fonseca de facilitar a lavagem de dinheiro de subornos pagos por empresas brasileiras, como a Odebrecht, para funcionários públicos em diversos países latino-americanos.
A fusão dos casos “Escândalo dos Papéis do Panamá” e “Lava Jato” não conseguiu estabelecer que fundos ilícitos tenham ingressado no sistema financeiro panamenho.
Entre os políticos brasileiros implicados direta ou indiretamente nas denúncias estavam o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o ex-deputado federal João Lyra, o ex-senador Edison Lobão, o deputado federal Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, e o ex-senador e ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, falecido em 2014.
Além dos brasileiros, a investigação apontou para líderes mundiais como Vladimir Putin, presidente da Rússia, Sigmundur David Gunnlaugsson, ex-premiê da Islândia, Nawaz Sharif, o ex-presidente do Paquistão, David Cameron, ex-primeiro-ministro do Reino Unido e atual ministro das Relações Exteriores, e Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina.
O atleta argentino Lionel Messi, o ator chinês Jackie Chan e cineasta espanhol Pedro Almodóvar são outros famosos citados no “Escândalo dos Papéis do Panamá”.