Em pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (22/4), o deputado Padre João (PT-MG) destacou o legado do Papa Francisco, que faleceu na segunda-feira (21/4) decorrente de um AVC e parada cardiorrespiratória. Líder da Igreja Católica durante 12 anos, para o parlamentar, Jorge Mario Bergoglio marcou seu papado pela defesa dos pobres, da ecologia e do diálogo com as minorias.
“O Papa Francisco é o Papa dos pobres, o Papa da ecologia, o Papa da América Latina, o primeiro Papa latino-americano”, afirmou o deputado, ao ressaltar as encíclicas Laudato Si’ e Fratelli Tutti, que abordam, respectivamente, a crise socioambiental e a fraternidade universal.
Reformas
Para o deputado, Francisco ficou conhecido por tentar aproximar a Igreja das demandas sociais e políticas contemporâneas. Também protagonizou reformas internas e propôs discussões inéditas no Vaticano. Defendeu a maior participação das mulheres, inclusive em cargos estratégicos. Canonizou a Santa Dulce dos Pobres, em 2019, e, recentemente, beatificou Carlo Acutis, conhecido como o “Padroeiro da Internet”.
O Papa também declarou tolerância zero para a pedofilia e promoveu o diálogo com outras religiões. Denunciou as desigualdades, a fome e as guerras. “Ele reafirmou que a política é a forma mais sublime de exercer a caridade”, disse o deputado mineiro.
Padre João recordou que a primeira viagem do Papado de Francisco foi ao Brasil em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.
Minorias
O parlamentar também citou a postura do Papa em relação a grupos marginalizados, como refugiados e a população LGBTQIA+, sempre mantendo a doutrina católica, mas com gestos de acolhimento. “Ele abençoou casais LGBT e defendeu maior participação das mulheres na Igreja”, destacou Padre João.
Críticas às injustiças e apoio a Lula
Padre João lembrou que o Papa Francisco não se omitiu em questões políticas, citando seu apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua prisão. “O Papa foi solidário, escreveu uma carta, mandou um terço e denunciou as armações jurídicas daquele período”, observou.
Ele também pontou acerca da denúncia do pontífice ao “genocídio da Palestina” e sua defesa da paz em conflitos globais. “Ele não foi indiferente a golpes, seja no Brasil ou em outros países”, disse.
Legado de humildade e compaixão
Padre João disse ainda que Francisco deixa um exemplo de humildade e luta pela justiça social. “Ele enfrentou a morte com serenidade, mas nos deixou uma missão: cuidar da Casa Comum e combater as desigualdades”.
Lorena Vale
