Um dos principais porta-vozes do imperialismo no Brasil acabou de admitir que o verdadeiro interessado na não-exploração (pelo menos pelos brasileiros) do petróleo na Margem Equatorial é o Banco Mundial, ou seja, o próprio imperialismo. Em matéria publicada no G1, intitulada Para conter o endividamento do Brasil, Banco Mundial propõe desvinculações, reforma e imposto sobre combustíveis fósseis, Alexandre Martello faz propaganda de um “estudo” do Banco Mundial, que supostamente mostraria ao Estado brasileiro como resolver o problema do endividamento.

Primeiramente, é absurdo que um jornal “brasileiro” faça propaganda da “solução” proposta por uma entidade estrangeira, particularmente uma entidade estrangeira ligada ao capital internacional. A situação é ainda pior dado o caráter da “solução”, segundo o jornalista do G1, é proposto “um corte amplo de gastos públicos, envolvendo inclusive áreas sociais”. Ou seja, o maldito “ajuste fiscal”. Para o imperialismo, a política econômica desastrosa do governo ainda não é suficiente, é preciso um Milei, no caso brasileiro, um Milei pintado de vermelho e com um cocar talvez.

Por outro lado, a campanha contra a exploração do petróleo nacional já é antiquíssima, a mais nova etapa sendo justamente o combate à exploração na Margem Equatorial. Hoje, os principais funcionários do capital internacional e responsáveis pelo entrave ao desenvolvimento nacional neste tema específico são os chamados “ambientalistas”, algo demonstrado de maneira cabal pela matéria publicada no G1. Curiosamente, como demonstrou o leilão realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), na última semana, o problema é a exploração pela Petrobrás, não pelas petroleiras estrangeiras.

Entremos no mérito das propostas:

  1. Desligar as aposentadorias públicas do salário mínimo, ou seja, garantir que o BPC e a aposentadoria cresçam ainda menos que o salário mínimo (cujo aumento tem teto!). Uma política almejando a miséria dos aposentados.
  2. Desvincular as despesas em saúde e da educação das mudanças na arrecadação estatal: nada ao povo, tudo aos banqueiros!
  3. Redução do salário de entrada do funcionalismo público. Na realidade, um arrocho salarial ao baixo funcionalismo, sem grandes mudanças para os parasitas da alta burocracia estatal. Além de uma reforma do seguro-desemprego e do abono salarial.
  4. Mais uma reforma da previdência e assistência social: os cortes impopulares promovidos pelo governo Lula não foram suficientes! É preciso tirar ainda mais do bolso dos miseráveis brasileiros. É preciso também combater as perigosas fraudes do Bolsa Família, não é como se o governo tivesse pago mais de um trilhão de reais em juros da dívida interna, o equilíbrio das contas virá certamente com um fim das “fraudes” dos mortos de fome.
  5. A questão tributária: aumentar a alíquota para os “mais ricos”, o que, na verdade, quer dizer a classe média, uma vez que, no Brasil, quem ganha acima de seis mil reais por mês já paga 27,5% de imposto. A título de comparação, é menos que o salário mínimo proposto pelo DIEESE. Para não falar é claro, que os elementos da burguesia não são ricos enquanto “pessoas físicas”. Trata-se de uma evidente fraude.

Apesar de profundamente dantesco, nada disso é novidade. O mais interessante é a demonstração prática do que é a política “ambientalista” defendida pelo imperialismo. 

Parece piada, mas defendem que o “aumento do investimento público em infraestrutura elétrica e transporte de baixo carbono”. Ora, o que é a malha elétrica nacional, quase toda privatizada a preço de banana, baseada na energia hidrelétrica? O que os vampiros do Banco Mundial querem dizer, na verdade, é que o estado nacional deve custear projetos de energia elétrica baseados em tecnologia importada dos países imperialistas. A questão não é “sustentabilidade”. Não é a toa que defendem também “eliminação dos riscos do investimento privado em eletricidade renovável e biocombustíveis e do prêmio de financiamento de livre mercado sobre investimentos específicos em eletricidade.” Finalmente, defendem uma política “dura” contra o desmatamento. Mero engodo.

Pois bem, a conclusão da matéria é fantástica, mostra o nível de loucura dos funcionários do imperialismo no Brasil. Por causa da entrega de uma série de refinarias e distribuidoras, o brasileiro compra gasolina produzida aqui como se fosse importada, ou seja, recebe em reais e paga em dólares. Não é suficiente: 

“A instituição recomenda aumento da tributação sobre combustíveis fósseis como forma de melhorar as contas públicas e reduzir as emissões de gases poluentes. Pelos cálculos do Banco Mundial, o imposto total seria de R$ 0,91 para a gasolina, R$ 2,26 para o diesel e R$ 0,22 para o etanol.

Aplicando a estimativa atual para a alíquota-padrão do novo IVA (26,5%) e os preços dos combustíveis em junho de 2024, a carga tributária total chegaria a R$ 2,16, R$ 4,06 e R$ 1,06 por litro para a gasolina, o diesel e o etanol, respectivamente”, acrescentou.”

É preciso combater de maneira resoluta o “ambientalismo” mequetrefe de figuras como Marina Silva, que estão mais interessados em destruir a economia nacional, esmagar a população brasileira e entregar tudo ao capital estrangeiro.

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Last Update: 27/06/2025