Nesta terça-feira (27), os Estados Unidos e “Israel” fracassaram mais uma vez em sua tentativa de subjugar o povo palestino.
Este foi o primeiro dia que o imperialismo e o sionismo colocaram em prática o plano anunciado por Benjamin Netaniahu de controlar a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, limitando a distribuição a pequenos locais no sul do enclave, locais controlado por empresa norte-americana com auxílio de mercenários armados e das forças israelenses de ocupação.
Poucas horas após a chamada Fundação Humanitária de Gaza (a empresa do imperialismo) ter anunciado a abertura dos dois primeiros locais de distribuição, “milhares de civis famintos — que foram sitiados e privados de comida e remédios por quase 90 dias — correram em direção a essas zonas em uma cena trágica e dolorosa que terminou com a invasão de centros de distribuição e a apreensão de alimentos sob a pressão da fome mortal”, conforme noticiado pelo Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza.
O órgão informou também que “as forças de ocupação responderam com tiros, ferindo vários civis — refletindo claramente o colapso total do chamado caminho humanitário promovido pelas autoridades de ocupação”, acrescentando que “o que aconteceu hoje é a prova definitiva do fracasso da ocupação em gerir a crise humanitária que criou deliberadamente através de políticas de fome, cerco e bombardeio”.
Em seu informe, o Gabinete de Imprensa denunciou que “a criação de ‘guetos-tampão’ para distribuir ajuda limitada sob a ameaça de morte, balas e fome não reflete qualquer intenção genuína de aliviar a crise”, destacando que, na realidade, “essas zonas nada mais são do que uma versão moderna de guetos racistas que aprofundam a segregação e o genocídio em vez de salvar as vítimas” e que se tratam de uma “tática deliberada de engenharia política com o objetivo de prolongar a fome, desmantelar a sociedade palestina e impor vias ‘humanitárias’ politizadas que servem à agenda militar e de segurança da ocupação”.
O Gabinete declarou ainda que “rejeitamos categoricamente qualquer projeto que envolva ‘zonas-tampão’ ou ‘corredores humanitários’ sob supervisão ‘israelense’, pois são os próprios responsáveis por matar de fome, matar e aniquilar civis”.
No mesmo sentido foi a declaração da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), umas das organizações da resistência.
A FPLP denunciou que “os ‘centros de distribuição de ajuda’ sionistas-norte-americanos são armadilhas de morte em massa e uma ferramenta para deslocamento forçado”, acrescentando que “esses locais servem como pontos de prisão e instrumentos para consolidar políticas racistas, comercializadas sob um verniz ‘humanitário’, enquanto, na verdade, fazem parte da guerra genocida e do Holocausto travados contra nosso povo”.
O partido denunciou que esses centros foram estabelecidos em meio a “uma campanha contínua de cerco e extermínio que tem como alvo civis — especialmente crianças, mulheres e idosos — e funciona como um dos esquemas de deslocamento da ocupação”.
A FPLP frisou que “a luta do nosso povo por dignidade e liberdade não pode ser reduzida a um pão, nem a pontos de distribuição controlados pelo ocupante” e que “nosso povo não se submeterá e não será arrastado para a tentativa do ocupante de arquitetar novas realidades demográficas e de campo sob o pretexto de ‘ajuda’”.
Conforme noticiado no Resistance News Network (RNN), canal de comunicação no Telegram, no momento em que os palestinos derrubaram as cercas, os mercenários norte-americanos abandonaram o local e fugiram, enquanto um helicóptero das forças israelenses de ocupação começaram a atirar indiscriminadamente contra a multidão.
O canal informou igualmente que, depois que as cercas do campo de concentração “humanitário” foram derrubadas, os palestinos conseguiram obter 8.000 pacotes de ajuda, cada pacote servindo para alimentar cinco a seis pessoas por três a quatro dias, o que significa 462.000 refeições no total, acrescentando que alguns palestinos conseguiram levar para casa ferro e outros itens.
Contudo, “a chamada Fundação Humanitária de Gaza, comandada por mercenários norte-americanos, anunciou que o controle sobre a área foi restaurado e que novas medidas serão implementadas para a distribuição de ajuda amanhã”, conforme noticiado pela RNN
O fracasso ocorre um dia depois de o diretor-executivo da Fundação Humanitária de Gaza ter renunciado ao cargo. Em declaração, ele afirmou ser impossível implementar o plano EUA-“Israel” “respeitando rigorosamente os princípios humanitários de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência, que não abandonarei”. Na mesma declaração, ele pediu que pessoas interessadas buscassem “novos métodos inovadores para a entrega de ajuda, sem atrasos, desvios ou discriminação“.
Conforme noticiado pelo portal de notícias The Cradle, ele já havia, no início de maio, instado a Organização das Nações Unidas (ONU) a participar do plano, bem como prometera que não iria participar “de nada que desloque ou desloque à força a população palestina”.
Expondo que os centros de distribuições são verdadeiros campos de concentração, The Cradle informa que neles é utilizada tecnologia de reconhecimento facial para rastrear palestinos em troca de ajuda humanitária.
O Hamas emitiu declaração sobre o ocorrido. Leia, abaixo, na íntegra:
“Em nome de Deus, o mais compassivo, o mais misericordioso
Comunicado à imprensa
As cenas de milhares de pessoas correndo em direção ao centro designado para a execução do mecanismo de distribuição de ajuda da ocupação, e o disparo de munição real contra os cidadãos que se aglomeraram no local sob a pressão da fome e do cerco, confirmam sem margem para dúvidas o fracasso deste mecanismo suspeito. Ele se transformou numa armadilha que põe em risco a vida de civis e está sendo explorado para impor o controle de segurança sobre a Faixa de Gaza sob o pretexto de “ajuda”.
Este plano foi elaborado com o objetivo específico de marginalizar o papel da Organização das Nações Unidas e de suas agências, servindo aos interesses políticos e militares da ocupação. Trata-se de controlar os indivíduos, e não de ajudá-los, o que constitui flagrante violação do direito humanitário internacional.
Os chamados “locais seguros de distribuição” estabelecidos nas zonas tampão não passam de um modelo forçado de “corredores humanitários” armadilhados, por meio dos quais os atingidos são deliberadamente humilhados e a ajuda humanitária é convertida em instrumento de chantagem dentro de um plano sistemático de fome e subjugação. Tudo isso enquanto permanece a proibição total da entrada de ajuda por meio das passagens oficiais, em evidente violação do direito internacional.
Apelamos à comunidade internacional, às Nações Unidas e aos países árabes e islâmicos para que atuem com urgência a fim de deter este plano perigoso, pressionem a ocupação para que abram as passagens e permitam a entrada de ajuda por meio das instituições humanitárias reconhecidas internacionalmente e pela ONU.
Movimento de Resistência Islâmica – Hamas
Terça-feira, 29 de Dhu al-Qi’dah de 1446 H
Correspondente a: 27 de maio de 2025”
Resistência Palestina realiza novas ações contra invasores sionistas
Em momento que “Israel” intensifica os bombardeios contra os civis palestinos e utiliza a fome para jogar o povo de Gaza contra a Resistência, combatentes palestinos intensificam suas ações, eliminando e ferindo invasores israelenses.
Várias ações foram realizadas nos últimos dias pelas Brigadas al-Qassam, ala militar do Hamas, partido que lidera a resistência. Uma delas ocorreu neste domingo (25), quando combatentes das Al-Qassam alvejaram uma patrulha de infantaria sionista, composta por 10 soldados, com um projétil antipessoal, resultando em mortes e ferimentos na área de Atatra, em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza.
Outras três ocorreram na última quinta-feira (22). Em uma delas, uma força sionista entrincheirada em uma das casas foi atacada com um projétil antipessoal. Em comunicado, as Brigadas informaram que seus “combatentes observaram partes de corpos de vários soldados espalhadas no local e, posteriormente, entraram em confronto com os membros restantes da força usando armas leves”, acrescentando que “eles também atacaram um tanque Merkava com um projétil Al-Yassin 105 na Rua Al-Nazzaz, a leste do bairro de Al-Shuja’iyya, na Cidade de Gaza”.
Em outra operação, “combatentes das Al-Qassam confirmaram que atacaram um tanque sionista Merkava com um projétil Al-Yassin 105 dentro de Qandil ‘Bayara’ (bosque), a leste do bairro de Al-Shuja’iyya, na Cidade de Gaza”. No mesmo dia, outra força sionista, esta composta por quatro soldados, foi atacada com vários projéteis antipessoal, e os combatentes Al-Qassam “detonaram um campo minado contra outra força de engenharia sionista que se infiltrou à noite a leste da Rua Al-Muntar, a leste do bairro de Shuja’iyya, na Cidade de Gaza”.
Nesta terça-feira, ação foi realizada pelas Brigadas al-Quds, ala militar da Jiade Islâmica. Seus combatentes explodiram “uma casa onde uma grande força sionista estava escondida no bairro de Shuja’iyya, a leste da Cidade de Gaza. O local da operação estava equipado com vários dispositivos explosivos que explodiram simultaneamente, e confirmamos que toda a força sionista foi morta e ferida”.
Eixo da Resistência: Iêmen segue irredutível em seu apoio à Palestina
Intensificando suas ações contra “Israel”, as Forças Armadas do Iêmen, sob comando do partido revolucionário Ansar Alá, lançaram um novo míssil balístico contra os territórios ocupados. A ação foi feita contra assentamentos ilegais de colonos israelenses na Cisjordânia, milícias fascistas que vêm intensificando os ataques contra o povo palestino da região.
Em que pese as forças de ocupação tenham dito que interceptaram o míssil, inúmeras sirenes foram disparadas, e os colonos foram ordenados a se dirigirem a abrigos.
Dois dias antes, as forças iemenitas haviam lançado míssil hipersônico Palestina-2 contra o aeroporto de Ben Gurion, em Telavive. Em declaração, o porta-voz das forças, o brigadeiro-general Iahia Saree, informou que o ataque atingiu o alvo e forçou a instalação a interromper as operações e enviou milhões de colonos para abrigos.
As ações do Iêmen contra o aeroporto Ben Gurion e outros aeroportos israelenses fizeram a British Airways estender suspensão de voos para “Israel” até 31 de julho. Além desta, outras companhias aéreas também fizeram o mesmo, conforme noticiado pela emissora libanesa Al Mayadeen. Seguem abaixo as referidas empresas de aviação:
- Air France, LOT Polish Airlines: Suspensos até 26 de maio
- Ibéria (Espanha): Suspenso até 31 de maio
- airBaltic (Letônia): Suspenso até 2 de junho
- ITA Airways, Lufthansa, Austrian, Swiss, Brussels Airlines, Eurowings: Suspenso até 8 de junho
- Ryanair: Suspenso até 11 de junho
- United Airlines: Suspenso até 12 de junho
- Air India: Suspenso até 19 de junho.
Desesperado, ‘Israel’ aprova mobilização de 450 mil reservistas
A mobilização foi aprovada através da chamada Ordem 8, que deve ficar em efeito até 31 de agosto de 2025, e configura a maior mobilização desde o início da guerra. Conforme informa Al Mayadeen, a chamada “Ordem 8 é um mecanismo de emergência de alto nível dentro do sistema militar israelense, normalmente ativado em tempos de guerra ou diante de emergências de segurança. Ela obriga os reservistas a se apresentarem para o serviço imediatamente, sem margem para atrasos ou objeções”.
A mobilização de mais 450 mil reservistas é aprovada em momento que “Israel” fracassa em sua tentativa de derrotar militarmente a Resistência, bem como em sua tentativa de conseguir subjugar o povo palestino e, através da fome e dos bombardeios, fazê-lo se voltar contra a Resistência.