Fábio Felipe dos Santos Nogueira, que fazia publicações nas redes sociais com teor criminoso. Foto: reprodução

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) afastou e está investigando Fábio Felipe Nogueira, de 24 anos, estudante do 5º período de medicina, após denúncias de que ele usava uma conta no X, antigo Twitter, para disseminar discursos de ódio contra gays, negros, nordestinos e religiões de matriz africana. O caso veio à tona após colegas de curso identificarem as publicações e as reportarem à coordenação.

Nas publicações, Fábio escrevia mensagens extremamente agressivas, com incitações à violência, e criminosas. Em uma delas, ele escreveu: “Brasil é um país de macacos”, ou “tem que fuzilar todo psicólogo não cristão”. Em outra, afirmou: “Sempre irei militar em favor do preconceito. O mundo está faltando muito em preconceito”.

Após a repercussão do caso, a conta foi deletada, e o estudante publicou um texto em que reconheceu a “comunicação violenta” como um erro, atribuindo-a a “ressentimento e frustração”. Ele também alegou que algumas postagens foram mal interpretadas, como quando chamou negros de “macacos”, dizendo que a intenção era associá-los a um “comportamento primata”.

Veja as publicações: 

O Centro Acadêmico de Medicina da UFRR emitiu uma nota repudiando as postagens e afirmando que “não somos, em hipótese alguma, coniventes com os acontecimentos recentes nem com comentários ou atitudes que incentivem preconceito, ódio, violência e danos ao patrimônio público”.

A universidade informou que uma comissão foi formada para apurar o caso e que a primeira medida foi o afastamento do aluno das atividades acadêmicas. A UFRR destacou que possui uma resolução, desde outubro de 2023, para lidar com situações de assédio, violência étnico-racial, de gênero e outras formas de discriminação.

Uma aluna do curso, que preferiu não se identificar, disse ao Uol que Fábio era visto como uma “pessoa fechada” e que a comunidade acadêmica está preocupada com a possibilidade de ele retornar à sala de aula: “Com as postagens, ele atacou muita gente que estuda e ensina lá, seria difícil a convivência”.

Em seu texto de retratação, Fábio citou que tem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista e que está em tratamento psiquiátrico. “Admito também que ressentimento e frustração levaram a comunicação violenta associada com questões não resolvidas, o que prontamente trato com o psiquiatra”, escreveu.

Ele afirmou ainda que muitas de suas publicações eram feitas por meio de uma “persona exagerada”, como forma de extravasar raiva, e que está preparando uma retratação formal à universidade: “Quero deixar claro que apoio os valores de respeito, inclusão e responsabilidade — justamente os princípios que falhei em demonstrar”.

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Last Update: 26/05/2025