Pai é acusado de ceifar a vida dos próprios filhos como vingança à ex-esposa no RS

Jardel Oliveira dos Santos
Jardel Oliveira dos Santos

por Fabrício Carpinejar, via Instagram

Na Serra gaúcha, na ERS-446, na noite de quarta-feira (12), uma família inteira acabou dizimada: Jardel Oliveira dos Santos invadiu a pista oposta e bateu frontalmente com um caminhão, provocando seu falecimento e dos seus meninos, os irmãos gêmeos Vicente Oliveira dos Santos e Bernardo Oliveira dos Santos, de seis anos.

Já seria terrível se fosse um acidente, mas pode não ter sido, o que torna a trama insuportável de dolorosa.

Uma das hipóteses é que o pai, de modo deliberado, ceifou a vida de suas próprias crianças como vingança à ex-esposa. A polícia aguarda os resultados da perícia.

O cenário inicial indica premeditação. Um pouco antes, houve um incêndio na casa de Jardel, registrado na manhã de quarta. Além disso, a mãe dos gêmeos contava com uma medida protetiva contra o ex-marido, que conservava o direito de ver os filhos.

Ele teria adiantado sua visita agendada, pego Vicente e Bernardo no término da escola, na terça-feira (11), por volta das 17h, e combinado de devolvê-los para a mãe no dia seguinte, ao meio-dia, o que não aconteceu. Dali por diante, cortou o contato e não atendeu mais o celular. Temerosa do pior, a mãe dos garotos chegou a fazer uma ocorrência contra ele.

O que gera estranheza é que ele zanzou sem destino com os dois irmãos. Não tinha nenhuma intenção de conduzi-los a algum lugar específico.

O contexto suscita forte suposição de que Jardel lançou furiosamente seu veículo, com os filhos no seu interior, para uma inescapável fatalidade. O pedal foi seu gatilho na estrada.

Ele sequer lembrou que era pai das suas vítimas? Em nenhum instante, recordou que Vicente e Bernardo eram sangue de seu sangue? Tamanha a sua obsessão, não se importou com a sua responsabilidade de zelar por aquelas infâncias?

Se comprovada a versão, não há para uma mãe um maior suplício do que ter seus filhos usados, manipulados e assassinados por uma represália. É o estertor da possessividade e do machismo. Algo como: se não quiser ficar comigo, não terá mais ninguém.

Só não chamem de amor. Ninguém mataria meninos indefesos e frágeis por amor. É consequência unicamente do brutal egoísmo do ódio.

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