
Um pai de família de Worcester, em Massachusetts, EUA, cujo filho tem apenas 4 meses, foi deportado para Fortaleza após agentes do agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) assinarem uma autorização de deportação em seu nome, sem seu consentimento.
Samarone Alves Ferreira de Souza, parceiro de Augusta Clara Moura, de 21 anos, e pai do bebê dela, foi deportado para o Brasil a partir de um centro de detenção na Louisiana no dia 25 de maio.
Ele foi preso pelo ICE no dia 7 de maio depois de buzinar para um carro de agentes disfarçados do ICE em Worcester, enquanto se dirigia para o trabalho. Clara Moura testemunhou a prisão de sua mãe, Rosane Ferreira-De Oliveira, de 40 anos, também brasileira, no dia seguinte, quando ela foi detida pelos agentes do ICE.
Clara Moura e seu filho de 4 meses partirão para o Brasil no dia 6 de junho para se reunir com Samarone.
Samarone afirma que os agentes da imigração lhe pediram para assinar um formulário autorizando sua deportação dos Estados Unidos. Embora tenha se recusado, o ICE informou-lhe que eles assinaram o documento em seu nome.
“Quando meu cliente questionou isso, eles disseram: ‘Já assinamos por você. Você vai embora’”, disse o advogado Andrew George Lattarulo. “Eles nem sequer deixaram ele falar conosco nos últimos dias em que esteve encarcerado.”
“O ICE está tentando deportar pessoas agora sem audiências de imigração”, diz Lattarulo.
Agora, com Clara indo embora do país e sua mãe ainda detida, suas duas irmãs estão sob custódia do Departamento de Crianças e Famílias de Massachusetts, de acordo com Lattarulo.
No dia seguinte à prisão de Samarone, Clara Moura disse que o ICE foi até sua casa, pedindo que ela devolvesse o carro de seu parceiro e assinasse papéis de imigração.
Ela contou que saiu de casa com seu bebê e sua irmã de 17 anos, com a intenção de cumprir a ordem.
“Foi aí que o ICE parou meu carro e me disse que estava sendo presa”, disse Clara Moura. “Como eu estava com meu bebê, liguei para minha mãe para pegar meu filho.”
Clara Moura também alegou que os agentes tentaram pegar seu bebê, mas recuaram devido aos protestos dos vizinhos. Quando sua mãe chegou, os homens a prenderam.
Gritos e cantos de “não levem a mãe” foram ouvidos na Rua Eureka, enquanto um grupo de mais de 30 pessoas confrontava os policiais. Clara Moura, junto com sua irmã de 17 anos, viu a mãe sendo levada e colocada em uma SUV para ser mandada para o Brasil.