Padre Fabio de Melo durante show. Foto: Divulgação

Um padre bonitinho, engraçadinho e famosinho na internet (isso mesmo, tudo no diminutivo, e sim, estou falando do Fábio de Melo): parecia inofensivo quando surgiu, e agora o Instagram está lotado de padres e pastores que ganham rios de dinheiro em nome de Deus.

Se antes explorar sob argumentos bíblicos só era possível através do dízimo, agora dá pra virar febre nas redes sociais e lesar otário sem sair de casa.

E não é só o nome de Deus que eles usam pra ficarem ricos exatamente como Jesus condenava: eles se aproveitam a olhos vistos da odiosa carência das mulheres que os veneram, fazem charme, se colocam no pedestal dos galãs de batina e as imbecis caem como patas.

Enquanto elas babam na frente de uma tela de celular por um homem que é no máximo bonitinho, ele fatura: segundo o SBT TV, o salário do clérigo é de inacreditáveis 120 mil reais, fora os cachês que ganha na Globo, cujos valores nunca foram revelados.

E tem piores: o tal padre sertanejo Alessandro Campos cobra 135 mil por cada apresentação.

Culpa deles? Culpa da igreja?

Não, culpa de quem dá Ibope, de quem os venera e despeja likes sobre suas publicações de gosto duvidoso.

Padre Alessandro Campos. Foto: Divulgação

E o padre influencer – uma desgraça que só é mesmo possível no Brasil – já aprendeu a se comportar como a odiosa elite da qual sem dúvidas faz parte: tirou o emprego de um trabalhador por causa de dois potes de doce de leite.

O gerente de uma loja se recusou a vender os doces pelo valor exibido na vitrine e ele usou a fama que tem na internet pra expor o cara, que, por conta da repercussão, acabou demitido.

Ele não levou as coisas tão ao pé da letra quando disse que “o feminismo tinha que ser menos raivoso e mais inteligente” em uma de suas palestras caríssimas e quase foi açoitado por feministas tão “raivosas” quanto precisam ser.

Raivoso, seu padre, é dizer publicamente, em um país que odeia mulheres, que o feminismo tem a ver com raiva – uma emoção – e não com injustiças estruturais que precisam ser enfrentadas com assertividade.

Apesar disso, ele continua se dando tão bem nas redes sociais que até considera largar a batina pra assumir de uma vez a skin de influencer.

Se a intenção era só ser desnecessário, ganancioso e prejudicial a toda a sociedade, não precisava virar influencer – bastava ser padre.

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Last Update: 25/05/2025