Ministros do governo Lula estão cada vez mais preocupados com a ascensão de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas eleitorais para a Prefeitura de São Paulo. O treinador, que antes era visto como um candidato “outsider”, que corria por fora, agora é considerado uma ameaça real ao favoritismo de Guilherme Boulos (PSOL) na capital paulista.
“Ou alguém o destrói com todos os podres dele ou ele é competitivo, podendo ganhar, sim, a eleição”, afirmou um ministro ao Metrópoles, sob condição de anonimato. Segundo a reportagem, a fonte seria um influente membro do governo Lula. Na última pesquisa Datafolha, ele já aparece em empate técnico na liderança, considerando a margem de erro percentual.
A análise dentro do Planalto é que Marçal está ocupando o espaço do “bolsonarismo raiz”, o que poderia levá-lo a um confronto direto com Boulos no segundo turno. O pesolista, que conta com o apoio do presidente Lula, ainda é visto como o candidato a ser batido, mas a crescente popularidade de Marçal está tornando o cenário eleitoral mais imprevisível. “Nunca se sabe o que vai acontecer no segundo turno”, ponderou outro ministro próximo à campanha.
O sucesso de Marçal nas redes sociais é uma das principais preocupações entre os auxiliares de Lula. No Instagram, por exemplo, o bolsonarista soma quase 13 milhões de seguidores. O treinador tem se destacado por sua habilidade de comunicação digital, superando os outros candidatos da extrema-direita, como Ricardo Nunes, (MDB), considerado mais retraído.
Nos bastidores, membros do governo reconhecem que a estratégia de Marçal de focar nas redes sociais tem sido eficaz, e isso pode ser um diferencial decisivo na reta final da campanha.
Apesar de ser visto como adversário, a campanha de Lula observa com admiração a capacidade de Marçal de engajar eleitores online, um espaço onde ele tem “nadado de braçada” em comparação aos outros candidatos. A preocupação é que, caso Marçal chegue ao segundo turno, o cenário se torne ainda mais imprevisível, colocando em risco a vitória de Boulos, que é a principal aposta do governo para a Prefeitura de São Paulo.