O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, está em mais uma polêmica após a revelação de inconsistências em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral. Segundo informações apuradas, Marçal teria omitido uma empresa e subestimado os valores de outras duas companhias em seu patrimônio declarado, totalizando quase R$ 22 milhões em bens.
Na sua declaração, o bolsonarista informou deter 90% da empresa Marçal Participações LTDA, o que ele estimou valer R$ 450 mil. No entanto, registros da Receita Federal apontam que o capital social da companhia é de R$ 2.839.417. Portanto, os 90% de participação de Marçal correspondem, na verdade, a R$ 2.555.475, revelando uma discrepância superior a R$ 2 milhões em relação ao valor informado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Outra divergência significativa foi encontrada na declaração da empresa Marçal Holding LTDA, onde o candidato afirmou possuir 50% de participação, avaliando essa fatia em R$ 250 mil.
A Receita Federal registra que o valor total da empresa é de R$ 39.743.183, o que faz com que a parte de Marçal, correspondente a metade da companhia, seja de R$ 19.871.591. Mais uma vez, o valor declarado ao TSE é muito inferior ao real, resultando em uma omissão de quase R$ 20 milhões.
Além dessas inconsistências, o coach também deixou de declarar sua participação na Flat Participações, uma empresa que divide igualmente com sua esposa, Ana Carolina de Carvalho Marçal, e cujo valor total é de R$ 1 milhão. Dessa forma, a omissão de R$ 500 mil referentes à metade da empresa soma-se às outras discrepâncias, elevando o total omitido para aproximadamente R$ 21,7 milhões.
Em sua declaração à Justiça Eleitoral, o coach informou possuir um patrimônio total de R$ 193,5 milhões em bens e aplicações. Este montante é o dobro do valor que ele havia declarado em 2022, quando disputou uma vaga na Câmara dos Deputados. Naquela ocasião, Marçal chegou a ser eleito, mas teve seu registro indeferido pelo TSE.
Porém, ainda que some o valor omitido ao declarado, Marçal ainda fica longe de alcançar uma fortuna bilionária, como diz para se promover com a imagem de “empresário bem-sucedido”. No início deste ano, por exemplo, ele afirmou que Ayrton Senna não poderia ser ídolo do país porque “não era bilionário”.
Pablo Marçal >>> Ayrton Senna
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— Dona Lúcia (@DonaLuciaHexa) February 22, 2024