A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) poderá ultrapassar o montante de US$ 58 bilhões em ajuda militar à Ucrânia até o fim de 2025, conforme estimativas divulgadas nesta quarta-feira, 25, pelo secretário-geral da aliança, Mark Rutte. A projeção foi apresentada durante entrevista coletiva após a cúpula da OTAN realizada em Haia, na Holanda.
De acordo com Rutte, a tendência observada no primeiro semestre do ano indica que o ritmo de apoio militar neste ano supera o registrado em 2024, quando os países-membros haviam prometido mais de US$ 50 bilhões à Ucrânia.
“É difícil para mim prever com exatidão, mas você pode presumir com segurança que a trajetória nos primeiros quase seis meses está realmente acima da trajetória do ano passado. E que, até o final do ano, ela estará acima dos mais de 50 bilhões prometidos para 2024. Portanto, estou otimista quanto a isso, mas não vou fazer uma previsão concreta”, afirmou Rutte na ocasião.
Apoio militar da OTAN se intensifica em meio à guerra prolongada
O aumento no volume de assistência militar ocorre em um momento em que o conflito entre Rússia e Ucrânia entra em seu terceiro ano. A guerra, iniciada em fevereiro de 2022, tem gerado esforços contínuos dos países-membros da OTAN para manter o apoio à defesa ucraniana por meio do envio de armamentos, equipamentos e treinamentos.
A avaliação de Rutte indica que a aliança pretende manter uma linha contínua de apoio à Ucrânia, apesar das pressões econômicas e políticas enfrentadas por alguns governos europeus. A estimativa superior a US$ 58 bilhões reforça o compromisso da OTAN com os aliados do Leste Europeu, em meio a uma conjuntura de segurança considerada instável pelos países da aliança.
Rússia critica fornecimento contínuo de armamentos
O posicionamento da OTAN tem sido duramente criticado pelo governo russo, que considera o envio de armas por parte do Ocidente como um fator de prolongamento da guerra e um obstáculo à retomada de negociações diplomáticas.
A Rússia argumenta que o envolvimento militar da OTAN caracteriza uma atuação direta no conflito. Autoridades do Kremlin têm declarado que os países da aliança estariam se tornando “participantes ativos” da guerra ao fornecer armamentos e apoio estratégico ao governo de Kiev.
Na avaliação russa, o fornecimento contínuo de recursos militares à Ucrânia agrava a instabilidade na região e inviabiliza qualquer tentativa de cessar-fogo duradouro. O governo de Moscou tem reiterado que pretende manter suas ações até que seus objetivos estratégicos sejam alcançados.
OTAN mantém cúpulas regulares sobre a guerra no Leste Europeu
A reunião de líderes em Haia faz parte da estratégia da OTAN de manter encontros periódicos para discutir o andamento da guerra na Ucrânia e avaliar os próximos passos da aliança. A realização da cúpula ocorre em um contexto de negociações entre os países-membros sobre o orçamento e as responsabilidades de cada nação no esforço coletivo.
Desde o início da guerra, as cúpulas da OTAN têm servido como fóruns para a coordenação de estratégias políticas e militares em relação ao conflito. Além do apoio direto à Ucrânia, os países da aliança também discutem medidas de contenção frente à presença militar russa em áreas próximas às fronteiras dos países-membros.
Estimativas futuras permanecem sem números fechados
Apesar de indicar otimismo quanto ao aumento da ajuda, Mark Rutte evitou apresentar projeções exatas para os próximos meses. A declaração do novo secretário-geral da OTAN reflete o posicionamento cauteloso da aliança diante das incertezas políticas e financeiras que envolvem o cenário europeu e norte-americano.
Rutte assumiu recentemente o comando da organização em meio a debates internos sobre a sustentabilidade do apoio militar prolongado. Sua fala sinaliza que o compromisso com a Ucrânia permanece inalterado, mas sem promessas formais sobre valores finais ou prazos detalhados.
Guerra mantém pressão sobre países europeus
A continuidade do conflito tem gerado impactos econômicos e políticos em diversas nações que integram a OTAN. A alocação de recursos para o apoio militar à Ucrânia é alvo de debates nos parlamentos nacionais, especialmente diante de questões internas como inflação, políticas sociais e segurança energética.
Ainda assim, os líderes da aliança vêm reiterando a necessidade de manter o fluxo de assistência, alegando que a estabilidade da região depende da capacidade da Ucrânia de se defender. Segundo eles, o custo de uma eventual expansão territorial por parte da Rússia seria superior ao investimento atual em apoio militar.
A próxima cúpula da OTAN sobre o tema está prevista para ocorrer nos Estados Unidos, onde os membros deverão apresentar novos dados sobre os compromissos assumidos e os valores efetivamente repassados até o fim de 2024.