Os mais de 450 mil trabalhadores bancários enfrentam uma situação ainda mais crítica do que em anos anteriores.
Aumento salarial, demissão em massa, adoecimento por motivos laborais, terceirização, fechamento de agências, são alguns dos mecanismos utilizados pelos banqueiros para transferir recursos para os bolsos de poucos indivíduos.
A categoria bancária, com sua grandeza numérica e importância na economia capitalista, pode desencadear um importante movimento nacional de mobilização, unindo-se a outros trabalhadores em luta, como correios, servidores do INSS e eletricitários. Só uma luta unitária pode abrir perspectivas de reversão do atual quadro.
No entanto, devido à política de colaboração das direções sindicais, não está sendo impulsionada uma campanha salarial de luta pelas reivindicações mais sentidas pelos bancários.
Essa política se materializa com a aprovação de um acordo ultra rebaixado para os funcionários do Sicoob Norte, que não recompõe as perdas salariais dos trabalhadores.
A proposta apresentada pelos patrões, aprovada por maioria simples, é de um reajuste salarial de 4,5%, composto pela inflação do período, mais 0,57% de “ganho real” e uma esmola de 6,7% de reajuste nos tíquetes alimentação.
A política de colaboração é uma verdadeira catástrofe para os trabalhadores do ramo financeiro. Mesmo com uma pauta de reivindicação rebaixada, capitulam ainda mais quando aprovam índices rebaixados.
É importante lembrar que o índice de inflação oficial não reflete a verdadeira inflação que afeta a classe trabalhadora. Em estudo realizado pelo Dieese, os Paraenses pagaram mais caro por hortaliças, verduras e legumes no primeiro semestre de 2024, em comparação ao ano anterior.
O acordo com os patrões do Sicoob Norte mostra que as direções sindicais buscam acordos que beneficiem os banqueiros e prejudiquem a categoria bancária, arrochando os salários.
É preciso reverter os rumos da atual campanha salarial dos bancários e colocar como reivindicações centrais a reposição de todas as perdas salariais, estabilidade no emprego, piso salarial de 7 mil, etc.
Para isso, é preciso combater os setores mais vacilantes à frente das direções sindicais e lutar para reunir todos aqueles dispostos a construir uma verdadeira campanha salarial pelo atendimento das legítimas reivindicações dos bancários.