Mais de 450 mil trabalhadores bancários estão em uma campanha salarial crítica, enfrentando uma situação mais dramática do que em anos anteriores.
Arrocho salarial, demissão em massa, adoecimento por motivos laborais, terceirização e fechamento de agências são mecanismos utilizados pelos banqueiros para transferir recursos para os bolsos de poucos.
A categoria bancária, com sua grandeza nacional e importância central na economia capitalista, pode desencadear um importante movimento nacional de mobilização, unindo trabalhadores em luta, como correios, servidores do INSS e eletricitários. Só uma luta unitária pode abrir perspectivas de reversão.
No entanto, a política de colaboração das direções do movimento bancário não impulsiona uma campanha salarial de luta pelas reivindicações mais sentidas.
Essa política se materializa com acordos ultra rebaixados, como o recente acordo do Sicoob Norte, que não recompõe as perdas salariais.
A proposta dos patrões, aprovada por maioria simples, é de um reajuste salarial de 4,5%, composto pela inflação e uma esmola de 6,7% nos tíquetes alimentação.
A política de colaboração é uma hecatombe para os trabalhadores do ramo financeiro. Mesmo com uma pauta de reivindicação rebaixada, capitulam mais quando aprovam índices rebaixados.
Sempre é bom lembrar que o índice de inflação oficial não reflete a verdadeira inflação que corrói as condições de vida da classe trabalhadora.
O acordo do Sicoob Norte mostra que as direções sindicais buscam acordos que beneficiem os banqueiros e prejudiquem a categoria bancária.
É preciso reverter os rumos da campanha salarial e colocar como reivindicações centrais a reposição de todas as perdas salariais, estabilidade no emprego e piso salarial de 7 mil.
Para isso, é preciso combater os setores mais vacilantes e lutar para reunir todos dispostos a construir uma verdadeira campanha salarial.