Na última segunda-feira (16) começaram as negociações do Comando Nacional dos Trabalhadores Bancários com a direção do Banco Santander. 

Semelhante ao que ocorre em outros bancos, os banqueiros do Santander, que sempre foram conhecidos por sua política de ataque às condições de vida dos trabalhadores, têm desenvolvido uma política de total ataque às já precárias condições de vida dos trabalhadores. 

Nos últimos anos, o banco eliminou significativamente o número de trabalhadores no quadro da sua empresa, demitindo milhares de funcionários e transformando esses mesmos trabalhadores em terceirizados. 

O golpe se dá da seguinte maneira: transfere os bancários para empresas do seu próprio conglomerado, com objetivo de transformar os bancários em terceirizados. Para isso, fazem a migração para outras empresas, como a STI, SX, Santander Corretora, F1RST, Prospera e SX Tools. Ou seja, transformam os bancários efetivos em trabalhadores terceirizados, que não têm os mesmos direitos e conquistas, com salários rebaixados, etc. 

Esses mesmos banqueiros do Santander estão agora na linha de frente para acabar com o direito do bancário de exercer a carga horária de 30h semanais, conquista que dependeu de muita luta da categoria na década de 1940, devido às consequências do trabalho bancário em relação ao adoecimento laboral. Tentam, de todas as maneiras, inclusive através do lobby no Congresso Nacional, que seja aprovado a abertura dos bancos nos finais de semana.

A perversidade desses banqueiros é tamanha que, inclusive, tentam barrar dentro da empresa um dispositivo legal, ao demitir trabalhadores que exercem a função de cipeiro. Fazem isso com um requinte de perversidade, como foi o caso de um trabalhador cipeiro que trabalhava no Complexo JK – Torre, na Grande São Paulo, quando o mesmo foi dispensado faltando 15 dias para a acabar a estabilidade no emprego.

Poderíamos gastar páginas e páginas, nesse artigo, de denúncias do que efetivamente esses banqueiros estão aprontando contra a classe trabalhadora, mas no momento em que a categoria bancária se prepara para mais uma campanha salarial, o que está colocado para os trabalhadores e, principalmente, para as direções sindicais à frente da negociação com os banqueiros, é que não há outra alternativa para os trabalhadores do Santander e para os demais bancários que não seja a luta para barrar a ofensiva reacionária dos patrões. 

As direções sindicais devem levantar, imediatamente, uma gigantesca mobilização através dos tradicionais métodos de luta da classe trabalhadora: greves, ocupações, organização de comitês de luta, etc., e partir para cima dos banqueiros, que a cada dia atacam os direitos dos bancários conquistados através de mais de cem anos de lutas.

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Última Atualização: 18/07/2024