Desde que os editores do site online mais popular do mundo votaram recentemente para renomear uma entrada da Wikipédia como “genocídio em Gaza”, removendo as palavras anteriores “alegações de”, a entrada está recebendo dezenas de milhares de visualizações diariamente.

A versão em português também já aderiu à nova postura do site.

Os defensores da paz, e seus aliados em todo o mundo, estão indignados com o genocídio que o Estado terrorista de Israel, comandado pelo líder político Benjamin Netanyahu, está cometendo contra o povo palestino, até agora impunemente devido ao apoio dos EUA aos crimes do governo israelense.

Até agora cerca de 40 mil palestinos e palestinas foram mortos, sendo que cerca de 70% são mulheres e crianças inocentes, que não participam do conflito, mas são as principais vítimas do genocídio.

ONU chocada

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, declarou que ficou “chocado” com as declarações do ministro das Finanças israelita de extrema-direita, Bezalel Smotrich, que admitiu matar à fome os habitantes da Faixa de Gaza.

Interrogado no início desta semana durante um colóquio sobre o futuro da Faixa de Gaza, onde Israel intervém militarmente há mais de dez meses, Smotrich disse que “poderia ser justificado e moral” provocar a morte pela fome de dois milhões de civis supostamente para libertar os reféns israelitas.

O Alto-comissário “está chocado e consternado pelas declarações do ministro, segundo as quais seria justificado e moral deixar morrer de fome dois milhões de palestinianos em Gaza para libertar os reféns”, declarou o seu porta-voz, Jeremy Laurence, no decurso da habitual conferência de imprensa.

“[Turk] Condenou com a maior firmeza estas declarações, que incitam igualmente ao ódio contra os civis inocentes”, disse, sublinhando que “o fato de provocar a fome a civis como método de guerra é um crime de guerra”.

“Esta declaração pública arrisca-se a incitar que se cometam outros crimes atrozes”, insistiu.

O porta-voz sublinhou que “estas declarações, em particular de representantes públicos, devem terminar imediatamente”, e “devem ser alvo de um inquérito”, em primeiro lugar pelo Estado envolvido.

“Trata-se assim de um apelo imediato às autoridades israelitas para que vigiem este tipo de comportamento (…). É a primeira etapa. É da responsabilidade dos israelitas”, afirmou Laurence.

Indignação generalizada

As declarações de Smotrich provocaram reações de indignação entre diversas instâncias internacionais e governos.

Desde o início do atual conflito na Faixa de Gaza, desencadeado em 07 de outubro, que a situação humanitária no pequeno território palestiniano é considerada desastrosa, com a quase totalidade dos 2,4 milhões de habitantes forçados a constantes deslocamentos e atormentados por uma generalizada penúria alimentar.

O Exército israelita já matou cerca de 40 mil palestinos – pelo menos 14.000 crianças – e deixou em torno de 92.000 pessoas feridas, um número indeterminado sob os escombros dos prédios e casas destruídos pelos bombardeios, de acordo com o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.

“Repetimos o que já afirmamos por diversas vezes, que deve ser instaurado um cessar-fogo imediato, todos os reféns devem ser libertados, e [pedimos] o envio sem restrições de ajuda humanitária a Gaza”, afirmou Laurence.

Charge de Aroeira

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Last Update: 09/08/2024