O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) quitou antecipadamente uma mansão cinematográfica, avaliada em R$ 5,97 milhões, localizada no Lago Sul, a área mais nobre de Brasília. A compra do imóvel, realizada em 2021, contou com uma entrada de R$ 2,87 milhões e um financiamento de R$ 3,1 milhões junto ao Banco de Brasília (BRB). Originalmente previsto para ser quitado em 30 anos, o financiamento foi saldado em apenas 37 meses, gerando questionamentos e polêmicas sobre a origem dos recursos utilizados.
A antecipação do pagamento foi tema de uma ação popular movida pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que apontou possíveis irregularidades na concessão do crédito pelo BRB.
Segundo Kokay, o financiamento foi concedido em desacordo com as regras internas do banco, uma vez que a renda informada pelo senador e sua esposa não seria suficiente para garantir o empréstimo.
Origem dos recursos
Flávio Bolsonaro, em nota, declarou que a quitação antecipada do financiamento foi possível graças à sua atuação como deputado, empresário e advogado. No entanto, a falta de detalhes sobre seus clientes e atividades empresariais gerou desconfiança e críticas.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) expressou suas dúvidas sobre a origem dos recursos.
“É no mínimo curioso a antecipação repentina em 27 anos do financiamento de R$ 3 milhões da mansão de Flávio Bolsonaro. A assessoria dele disse que ele é ‘empresário e advogado’, mas não respondeu quem são seus clientes nem suas empresas. De onde veio esse dinheiro?”
Essa pergunta ecoou nas redes sociais, alimentando a discussão sobre a transparência das finanças do senador.
É no mínimo curioso a antecipação repentina em 27 anos do financiamento de R$ 3 milhões da mansão de Flávio Bolsonaro.
A assessoria dele disse que ele é "empresário e advogado", mas não respondeu quem são seus clientes nem suas empresas.
De onde veio esse dinheiro? pic.twitter.com/h0cH8e0UcZ
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) July 4, 2024
Histórico de controvérsias
A família Bolsonaro já aborda diversas questões relacionadas à aquisição de imóveis. Flávio Bolsonaro, por exemplo, teve que responder a questionamentos sobre a compra de imóveis com dinheiro vivo, uma prática que levantou suspeitas sobre a legalidade das transações.
O caso mais recente acrescenta mais um capítulo ao histórico controverso da família bolsonarista, intensificando o debate sobre possíveis falcatruas e a necessidade de maior rigor nas investigações sobre a origem dos recursos utilizados nas suas compras.
Luxo e controvérsia
O escândalo das joias envolvendo a família Bolsonaro ganhou destaque após revelações de que o ex-presidente Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, receberam valiosos presentes de luxo de governos estrangeiros durante seu mandato. As joias, avaliadas em milhões de reais, levantaram questões sobre ética, transparência e possível violação de leis sobre presentes a autoridades públicas.
O caso veio à tona quando foi revelado que o governo saudita presenteou Michelle Bolsonaro com um conjunto de joias da marca suíça Chopard, avaliado em aproximadamente R$ 16,5 milhões. O presente incluía um colar, um par de brincos, um anel e um relógio de luxo. As joias não foram declaradas oficialmente, como exige a legislação brasileira para presentes recebidos por autoridades em eventos oficiais.
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Da Redação , com informações do O Globo e Folha de S. Paulo