O governo norte-americano anunciou, no último domingo (11), o envio do submarino Georgia para o Oriente Médio a fim de reforçar a segurança de “Israel”. Os Estados Unidos mostram preocupação diante da retaliação do Irã em relação ao assassinato de Ismail Hanié, líder do birô político do Hamas, por parte da ocupação sionista. O revolucionário palestino estava em Teerã, capital do país persa, na ocasião da posse do novo presidente iraniano. Além de Hanié, as forças sionistas assassinaram, também, Fuad Shukr, comandante do partido revolucionário libanês Hesbolá, em Beirute, capital do Líbano.

No comunicado, o Secretário de Defesa, Lloyd Austin, informa que o envio do submarino expressa “o compromisso dos EUA de tomar todas as medidas possíveis para defender Israel” e também a capacidade militar da potência imperialista no Oriente Médio. A nota diz ainda:

“O Secretário Austin reiterou o compromisso dos Estados Unidos de tomar todas as medidas possíveis para defender Israel e reforçar as capacidades das forças militares dos EUA em todo o Oriente Médio, à luz da escalada das tensões regionais. Reforçando este compromisso, o secretário Austin ordenou que o [porta-aviões] USS ABRAHAM LINCOLN Carrier Strike Group, equipado com caças F-35C, acelere o seu trânsito para a área de responsabilidade do Comando Central, acrescentando às capacidades já fornecidas pelo [porta-aviões] USS THEODORE ROOSEVELT Carrier Strike Group.”

A decisão foi anunciada após uma reunião entre Austin e Yoav Gallant, ministro da Segurança sionista, feita ao telefone. Na ligação, Gallant expressou a preocupação de que os preparativos militares do Irã pudessem indicar um ataque iminente em grande escala contra a invasão imperialista da Palestina, segundo o repórter Barak Ravid, do sítio informativo Axios.

Ainda nesse final de semana, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também se manifestou a respeito das tensões no Oriente Médio e reiterou o aviso para que a República Islâmica “não faça” a retaliação anunciada contra “Israel”. Diversos órgãos da imprensa mundial lembraram, entretanto, que o mandatário norte-americano “emitiu o mesmo aviso em abril, antes de o Irã efetuar um ataque com foguetes e drones contra Israel em retaliação ao ataque aéreo de 1º de abril às suas instalações diplomáticas em Damasco, capital da Síria”.

Enquanto o Eixo da Resistência coloca o mundo sob suspense, em “Israel”, há uma “tensão” desde o anúncio feito pela República Islâmica de que o atentado contra Hanié teria uma resposta. Conforme afirmou a Al Mayadeen: “’Israel’ vive dias de tensão devido à antecipação da resposta iraniana, indicou o antigo chefe de operações do exército israelense, o major-general reformado Israel Ziv”.

Segundo a emissora, “o major-general israelense reformado diz que o Irã ganha pontos neste período de espera antes de retaliar contra o assassinato israelense do chefe do Hamas, Ismail Hanié”. O sítio acrescenta ainda:

“’Este é o momento da verdade. As coisas podem ficar fora de controle; temos de estar extremamente vigilantes sobre o que vai acontecer nos próximos dias’, destacou Ziv. Em uma entrevista à rádio israelense, Ziv considerou que a guerra em Gaza, ‘que começou como uma guerra decisiva, também se transformou numa guerra de desgaste’.”

Enquanto isso, o Mundo Árabe continua convulsionado. No Iraque, o Comitê de Coordenação da Resistência Iraquiana (IRCC) avisou, nesta segunda-feira (12), que a sua resposta contra as forças norte-americanas não teria “restrições” caso o Irã seja bombardeado através do espaço aéreo iraquiano, conforme noticiou o sítio de notícias iraquiano Shafaq News.

“Apesar dos contínuos ataques brutais contra o nosso povo e a nossa resistência, as forças da arrogância dão prioridade à segurança da entidade sionista em detrimento da segurança regional, ignorando a soberania do Iraque e os interesses dos países que se opõem às suas políticas criminosas.

O IRCC não tem restrições e, se as forças dos EUA visarem o nosso povo no Iraque ou utilizarem o seu espaço aéreo para atacar o Irã, a nossa resposta não terá limites.”

Os EUA mantêm cerca de 2,5 mil homens no Iraque. Pressionado, o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia Al-Sudani, solicitou que as tropas imperialistas deem início à retirada em setembro, encerrando formalmente a missão da coligação até setembro de 2025.

Enquanto isso, em outro país importante para o equilíbrio de forças do Oriente Médio, a Síria, a semana começou com confrontos entre as forças do regime nacionalista sírio e os grupos curdos apoiados pelo imperialismo, PKK/YPG, com os combates se desenvolvendo perto do rio Eufrates, na província de Deir ez-Zor, no leste da Síria. As zonas a leste do rio Eufrates são controladas pelo PKK/YPG, porém, o governo de Bashar al-Assad vem empreendendo uma ofensiva para retomar o controle do território dominado pelas forças pró-imperialistas.

Antes de Assad, o governo turco já anunciara a “neutralização” de 64 agentes das forças apoiadas pelo imperialismo, que atuam no norte do Iraque e da Síria. “Sessenta e quatro terroristas foram neutralizados na semana passada”, anunciou o contra-almirante Zeki Akturk, porta-voz do ministério da Defesa da Turquia, em uma conferência de imprensa semanal na capital, Ancara, acrescentando que “o número total de terroristas neutralizados no norte do Iraque e da Síria desde 1º de janeiro atingiu os 1.652”, disse.

Enquanto o imperialismo é acuado em toda a região mais ocidental da Ásia, incluindo Turquia e o Mundo Árabe, o Irã cozinha em fogo baixo a crise da dominação imperialista. Com isso, leva “Israel” e as forças estrangeiras a um estado de tensão permanente, muito disso devido ao histórico das retaliações iranianas, tradicionalmente impactantes. Agora, só resta esperar para ver o que o Eixo da Resistência fará.

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Última Atualização: 13/08/2024