O anúncio das três indicações de Ainda Estou Aqui ao Oscar repercutiram no cenário cultural e político do país. O filme, que conta a história da família de Rubens e Eunice Paiva, vítima de perseguição da ditadura militar no Brasil, fez história e se tornou a primeira produção do país a concorrer a três estatuetas do Oscar – incluindo a de melhor filme.

Minutos após o anúncio das indicações, o perfil oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou Walter Salles, diretor do longa, e Fernanda Torres, que concorre na categoria de Melhor Atriz.

“A turma de Ainda Estou Aqui já pode pedir música. Três indicações ao Oscar: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Atriz e, olha, MELHOR FILME. Quanto orgulho! Beijo para Fernanda Torres e Walter Salles”, postou o presidente. “Pedir música” é uma referência a uma brincadeira do programa Fantástico, da TV Globo, que oferece a jogadores de futebol que marcam três gols na mesma partida a oportunidade de escolher a trilha sonora.

Companheiro de tela de Fernanda Torres, Selton Mello, que interpretou Rubens Paiva no filme, disse em entrevista à GloboNews que “acordou o hotel” onde está hospedado na Austrália ao ouvir a indicação de que Ainda Estou Aqui está na briga pela disputa de Melhor Filme.

“Essa indicação para melhor filme, [o Brasil] nunca teve em 97 edições [do Oscar]. Isso é uma coisa extraordinária, mostra nossa potência criativa, nossa capacidade de expressão de maneira tão poderosa, e faz uma reparação para a família Paiva, também”, disse Selton. O ator afirmou, ainda, que já esperava que Fernanda Torres estaria na briga pela estatueta de melhor atriz, e que o filme seria selecionado na disputa para melhor produção internacional.

A também atriz Dira Paes parabenizou Fernanda Torres, Walter Salles, Selton Mello e Marcelo Rubens Paiva (filho de Eunice e Rubens Paiva e autor do livro que deu origem ao filme). “Momento histórico para o cinema brasileiro e um recado urgente para o mundo: Ditadura nunca mais!!!”, escreveu.

Já a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) destacou que o filme leva para o mundo “a história da sangrenta ditadura militar que vitimou milhares e que condicionou pessoas como Eunice Paiva a uma vida de luta”. “Nossa história e cultura merecem reconhecimento no mundo. Em especial nesse momento, em que o ódio parece querer tomar o lugar da justiça, da democracia e liberdade”, completou.

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Last Update: 23/01/2025