Na madrugada da última quarta-feira (31), a Guarda Revolucionária da República Islâmica do Irã anunciou o martírio de Ahmed Hassan, líder do birô político do Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas. O guarda-costas do líder palestino também foi morto no mesmo atentado. Esse assassinato brutal, um crime contra o povo palestino e contra o povo iraniano (que teve seu país invadido), faz parte de uma ofensiva imperialista que não tem limites em sua sede de controle e dominação. As investigações estão em andamento, mas não restam dúvidas sobre a autoria do atentado pelo serviço secreto israelense e, consequentemente, pelo governo norte-americano.

A ofensiva dos monopólios está em marcha em diversas frentes. Na Venezuela, a tentativa de golpe patrocinada pelos Estados Unidos e seus aliados é um exemplo claro de como o imperialismo não poupa esforços para derrubar governos que se recusam a se curvar aos seus ditames. A relação entre essas agressões não pode ser ignorada; ambas são parte de uma estratégia mais ampla de desestabilização e controle das nações que resistem.

Em resposta a esses ataques, é imperativo que o ativismo político brasileiro que se opõe aos crimes cometidos por “Israel” e pelo imperialismo se mantenha mobilizado, em defesa da Palestina e da Venezuela. O Partido da Causa Operária (PCO) está convocando um ato em solidariedade ao povo palestino e contra o golpe que está em marcha no país sul-americano. A manifestação ocorrerá no próximo sábado à tarde, no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP localizado na rua Conselheiro Crispiniano, número 73, República), em São Paulo. 

O evento está previsto para acontecer após a Análise Política da Semana, o tradicional debate político realizado pelo PCO, e coincide com o Dia Internacional de Defesa da Palestina, convocado pelo próprio Ahmed Hassan e pelo seu partido, o Hamas. Sua memória e seu legado de luta devem ser honrados com ação concreta e determinação, conforme o chamado da Resistência Palestina e, aqui no Brasil, apoiado pelo partido trotskista.

A necessidade de ação em defesa da Palestina nunca foi tão urgente. O assassinato de Ahmed Hassan é mais uma tentativa de silenciar aqueles que lutam pela libertação de sua terra e de seu povo. Ao mesmo tempo, expressa a crise que vive o imperialismo, o que, longe de torná-lo mais dócil, coloca uma grave ameaça sobre todos os povos oprimidos do planeta, que tem contra si uma máquina de guerra desprovida de qualquer noção de limites.

A resposta do governo brasileiro aos crimes do imperialismo tem sido lamentável, marcada por uma postura débil, que exala fraqueza e estimula a audácia dos opositores do governo eleito pela mobilização dos trabalhadores. Essa mesma falta de firmeza se observa em relação à Venezuela, onde a tentativa de golpe é tratada com total falta de solidariedade real, culminando no maior e mais poderoso país latino-americano abandonando à própria sorte uma nação aliada da luta anti-imperialista global, que nesse momento, se encontra em um enfrentamento direto com os EUA, a maior potência imperialista do continente e do mundo.

A defesa da Palestina e da Venezuela deve ser uma prioridade absoluta, não só por solidariedade internacionalista, mas porque essas lutas estão intrinsecamente ligadas à batalha contra o imperialismo em todas as suas formas, o que inclui suas expressões dentro do País. Não é uma atitude revolucionária e nem minimamente condizente com a defesa dos povos oprimidos a mera contemplação passiva dos crimes cometidos contra figuras como Ahmed Hassan e do ataque ao regime político do país vizinho, que se encontra sob séria ameaça de cair, ambos para o mesmo inimigo.

O ato no CCBP neste sábado é uma oportunidade crucial para impulsionar a mobilização brasileira em defesa dos dois países e contra o golpismo dentro do Brasil. É um chamado à ação a todos aqueles que se opõem à barbárie produzida pelo imperialismo e que não querem ver os EUA e a União Europeia reproduzirem no Brasil o horror levado à Palestina e o golpismo fascista visto na Venezuela. A memória de Ahmed Hassan, seu sacrifício e sua luta pela Palestina livre devem servir como inspiração para intensificarmos nossa luta aqui no Brasil e em todo o mundo.

Em tempos de crise e agressão imperialista, a unidade dos povos oprimidos deve ser perseguida por todos que compreendem a profundidade da luta de classes. A defesa da Palestina é a defesa de todos que lutam por um mundo livre da dominação imperialista. Cada ataque contra a Palestina, cada tentativa de golpe na Venezuela, é um ataque contra todos os que resistem.

É preciso estar ao lado desses povos em sua luta. Em memória de Ahmed Hassan e de todos os mártires da Resistência Palestina, o ato de sábado deve ainda fortalecer a mobilização contínua e crescente em defesa da Palestina e contra todas as formas de opressão imperialista. 

A postura do governo brasileiro e a inação da esquerda não podem ser toleradas. Torna-se necessário pressionar o presidente Lula, empurrar o governo à esquerda, demandar dele uma posição firme e clara em defesa da Palestina e da Venezuela. A luta ao lado dos povos oprimidos é a luta de todos os povos que não aceitam viver sob o chicote do imperialismo.

Por isso, todos estão convidados a comparecer no CCBP, pela Palestina, em memória de Ahmed Hassan e de todos os mártires, pela Venezuela e por todos que lutam.

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Última Atualização: 01/08/2024