O grupo Hamas anunciou, no domingo (14), que está abandonando as negociações por um cessar-fogo. O comunicado, feito à agência AFP, veio após mais uma ação feroz de Israel no sábado (13), que deixou ao menos 71 palestinos mortos e 289 feridos em uma área designada como humanitária em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local.
Apesar do anúncio, o Hamas disse estar “disposto a retomar as negociações quando Israel demonstrar seriedade para concluir um acordo de cessar-fogo” e sobre a libertação dos reféns em Gaza, em troca de presos palestinos detidos em Israel. As mediações vinham sendo lideradas pelo Qatar, Egito e Estados Unidos.
Os ataques de sábado teriam ocorrido na área de al-Mawasi, perto de Khan Younis, que os próprios militares israelenses designaram como zona humanitária e onde instalaram palestinos em busca de abrigo.
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Novamente, ao se justificar sobre o bombardeio, o governo de Benjamin Netanyahu alegou que os alvos dos ataques aéreos seriam membros do Hamas, o que o grupo nega.
Ao Serviço Mundial da BBC, um dos médicos de um hospital que atende os feridos, Mohammed Abu Rayy, disse que este foi “um dos dias mais obscuros” desde que os conflitos tiveram início e que a maioria das vítimas que chegou já estava morta. Outros sofriam com múltiplos ferimentos por estilhaços. Muitas mulheres e crianças chegaram feridas ao local.
Segundo a instituição de caridade britânica Medical Aid for Palestinians (MAP), o complexo médico Nasser, em Khan Younis, está sobrecarregado e já não tem condições de funcionamento.
Testemunhas ouvidas por agências de notícia relataram que o ataque foi uma surpresa, já que o local era considerado tranquilo mesmo em meio aos inúmeros conflitos em Gaza.
No mesmo dia, outra ação de Israel deixou ao menos 17 palestinos mortos, em um ataque a um salão de orações na Zona Oeste de Gaza.
Estimativas apontam que desde o início da ofensiva israelense, mais de 38 mil palestinos, a grande maioria civis, já perderam a vida e 2,3 milhões foram expulsas de suas casas. O Ministério da Saúde Palestino diz que mais de 70% dos mortos são mulheres e crianças — estima-se em 40% o percentual de crianças entre os mortos.
Do outro lado, Israel diz que mais de 1.200 israelenses, a maioria civis, foram mortos e 253 foram levadas para cativeiro em Gaza.
Com agências