As organizações da Resistência Palestina se opuseram a quaisquer planos ou propostas para a Faixa de Gaza que ultrapassem um governo exclusivamente palestino do território sitiado.
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), divulgou uma declaração enérgica rejeitando quaisquer propostas ou comentários que apoiem planos para o envio de tropas estrangeiras à Faixa de Gaza sob qualquer justificativa.
O movimento afirmou que o governo dos assuntos na Faixa de Gaza, após o fim da guerra em Gaza, é uma questão exclusivamente palestina, que apenas o povo palestino determinará.
O Hamas enfatizou: não permitiremos qualquer tutela ou imposição de soluções externas ou planos que detraiam dos princípios do povo palestino, que são baseados em seu direito à liberdade e autodeterminação.
O partido palestino convidou todas as nações islâmicas e árabes a pressionar pelo fim da guerra genocida israelense contra o povo palestino e a ajudar o povo sitiado da Faixa de Gaza.
A declaração também pediu aos estados islâmicos e árabes que cumpram suas obrigações para com o povo palestino, sua terra e as santidades islâmicas e cristãs, que têm sido profanadas por gangues criminosas de colonos fascistas.
A nota do Hamas pode ser lida, na íntegra, ao final deste artigo.
Comentários do ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita geram controvérsia
Na quinta-feira (4), o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal Bin Farhan, disse que Riad apoiaria o envio de uma força internacional para Gaza, por meio de uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), visando auxiliar a Autoridade Palestina.
Bin Farhan fez o comentário enquanto participava de uma discussão em painel na conferência do Conselho Europeu de Relações Exteriores em Madri.
As conversas sobre o envio de forças para gerir os assuntos na Faixa de Gaza, após o fim da guerra no território sitiado, têm circulado há muito tempo em Israel e na imprensa burguesa.
O primeiro-ministro sionista, Benjamin Netaniahu, também sugeriu que estados árabes “amigos” assumam a responsabilidade pela segurança e assuntos culturais na Faixa de Gaza. Entre os principais candidatos para cumprir tais tarefas estão a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
No entanto, não houve confirmação oficial por parte de ambos os países no que diz respeito a sua disposição a participar de tal plano. A única declaração pública apoiando o envio de forças de paz internacionais veio através da declaração final da 33ª Cúpula Árabe no Barém.
Os comentários de Bin Farhan são importantes, pois marcam o primeiro apoio público de Riad ao envio de forças internacionais para a Faixa de Gaza.
FPLP e Comitês de Resistência Popular alertam contra plano de forças internacionais
A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) também divulgou uma declaração condenando os comentários do ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, reiterando o direito indiscutível do povo palestino à autodeterminação.
A FPLP expressou sua “rejeição total” aos comentários, acrescentando que qualquer tentativa de enviar tropas, seja por meio de uma decisão internacional ou não, constituiria uma nova ocupação da Faixa de Gaza.
O partido palestino destacou que os combatentes da Resistência enfrentarão qualquer plano estrangeiro que vise minar o povo palestino.
Além disso, os Comitês de Resistência Popular defenderam uma política semelhante à expressa pelo Hamas e pela FPLP, ressaltando que tal movimento constituiria uma agressão contra o povo palestino.
Os Comitês enfatizaram que lidariam com essas tropas estrangeiras da mesma forma que lidaram com as forças de ocupação israelenses.
Confira, abaixo, a nota do Hamas na íntegra
Em nome de Alá, o Mais Gracioso, o Mais Misericordioso
Nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), afirmamos nossa rejeição a quaisquer planos, projetos ou propostas que busquem contornar a vontade palestina em relação ao futuro da Faixa de Gaza, e rejeitamos quaisquer declarações e posições que apoiem planos para a entrada de forças estrangeiras na Faixa sob qualquer nome ou justificativa.
A gestão da Faixa de Gaza após derrotar essa agressão fascista é uma questão exclusivamente palestina, acordada por todos os segmentos do nosso povo palestino. Eles não permitirão qualquer tutela ou imposição de soluções externas ou fórmulas que detraiam de seu direito inerente de alcançar sua liberdade e autodeterminação.
Conclamamos todos os países árabes e islâmicos a exercer pressão para parar o genocídio sionista contra nosso povo palestino, a fornecer todos os meios de apoio e respaldo em sua batalha para defender sua existência em sua terra, e a cumprir suas obrigações para com nosso povo, nossa terra e as santidades islâmicas e cristãs, que estão sendo corrompidas por gangues criminosas de colonos fascistas.