A Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) denunciou a atual vice-presidente e candidata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, que vem fazendo declarações um tanto quanto hipócritas em relação à situação em Gaza.
“Não há nada de novo em tais declarações, a lição permanece na implementação”. Disse a FDLP, referindo-se aos presidentes norte-americanos anteriores como é o caso de Barack Obama e Bush Jr, dois líderes que, em palavras, prometiam a criação de um Estado palestino.
“Barack Obama, em visita ao Cairo no início de seu mandato como presidente, afirmou que o Estado Palestino era parte da segurança nacional dos EUA.”
No caso de Bush Jr, o republicano prometeu o estabelecimento de um Estado palestino e concluiu o seu mandato em uma guerra brutal na Faixa de Gaza por meio do governo israelense de Ehud Olmert, em 2008.
Em relação a Kamala Harris, a democrata ao mesmo tempo que faz declarações nas quais se diz preocupada com a situação em Gaza, é a vice-presidente de um governo que continua sendo o principal financiador do genocídio cometido por “Israel” na Faixa de Gaza.
“É hora de esta guerra acabar, e acabar de uma forma em que Israel esteja seguro, todos os reféns sejam libertados, o sofrimento dos palestinos em Gaza acabe e o povo palestino possa exercer seu direito à liberdade, dignidade e autodeterminação”, disse a vice-presidente por ocasião da visita do primeiro-ministro assassino Benjamin Netanyahu aos Estados Unidos.
Contrastando com as declarações de Harris, calcula-se que os EUA já tenham enviado para “Israel”, desde o dia 7 de outubro, pelo menos 20.000 bombas não guiadas, 3600 bombas guiadas, 3000 mísseis de precisão, além de aeronaves, munições e sistemas de defesa aérea.
Segundo análise feita pela Fundação para a Defesa das Democracias na primavera, as armas fornecidas pelos EUA foram fundamentais para o aparato militar de “Israel” que não possui e está muito longe de possuir autossuficiência armamentista.
Além da FDLP, o Hamas, por meio de Izzat al-Risheq, membro do seu gabinete político, também denunciou Harris, afirmando que as palavras da vice-presidente sobre as mortes em Gaza, não passam de “mais uma mentira americana.”
O membro do Hamas também denunciou a campanha de calúnias contra a resistência palestina e o seu partido em particular, feita por Kamala: “desconsidera os direitos humanos que ela finge proteger e o direito da Resistência de confrontar um ocupante, protegido pelo direito internacional”. Disse al-Risheq a respeito de Harris, acrescentando que a vice-presidente é “muito visivelmente pró Israel”.
A resistência palestina sabe quem é Kamala Harris e quem ela representa. As organizações de luta dos palestinos se mostram muito mais conscientes do que boa parte da esquerda nacional que começou uma campanha direitista em defesa da atual vice-presidenta, como se ela fosse realmente um “mal menor”.