A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês), financiada pelos Estados Unidos e por Israel, está colocando pílulas de oxicodona em sacos de farinha enviados para a Faixa de Gaza, de acordo com o Escritório de Mídia do Governo de Gaza (MOFA, em inglês).
Recentemente, a mesma organização foi protagonista de uma série de acusações de ser cúmplice do genocídio em Gaza. Seus financiadores têm ligações com a inteligência estadunidense e o exército do mesmo país. Seu diretor é um líder evangélico com fortes ligações com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de extrema-direita de Israel e orquestrador do atual genocídio palestino.
Os comprimidos da substância opioide foram feitos para tratar dores intensas, principalmente crônicas, relacionadas ao câncer ou pós-operatórias. Infelizmente, o ópio, que é a base também, por exemplo, da heroína, causa uma sensação de prazer quase eufórica quando chega ao nosso sistema nervoso, resultando, em muitos casos, numa dependência química.
Frente a essa descoberta, o MOFA afirmou, em um comunicado, que o Exército de Israel explora o “bloqueio para contrabandear essas substâncias como ajuda e assistência”, descrevendo os centros humanitários de distribuição da GHF como “armadilhas mortais”. O Ministério da Saúde de Gaza contabilizou 516 mortes de palestinos nesses locais.
A declaração ainda diz que eles já “documentaram quatro testemunhos de cidadãos que acharam essas pílulas dentro dos sacos de farinha. […] É possível que algumas dessas substâncias narcóticas tenham sido deliberadamente moídas ou dissolvidas na farinha em si”.
O médico palestino Khalil Abu Nada, atualmente em Gaza, publicou em sua conta no X sua indignação com a descoberta: “Nossa luta com eles não é apenas uma luta armada, mas uma batalha de consciência e pensamento. Eles são mestres em criar formas de nos entorpecer e distorcer nossa percepção, e fazem de tudo para apagar nossa consciência coletiva. Infelizmente, encontram entre nós quem os apoie, de forma deliberada e intencional. Aqueles que servem suas agendas de dentro da Faixa não são menos perigosos que o inimigo em si — talvez até mais perigosos.”