A economia chinesa está demonstrando sinais de recuperação, com o Banco Mundial aumentando as projeções do PIB para 2024 e 2025 na quinta-feira (26). O crescimento previsto para 2024 subiu para 4,9%, aproximando-se da meta oficial de 5% estipulada pelo governo de Pequim.
Para 2025, a expectativa subiu para 4,5%, um aumento de 0,4 pontos percentuais, refletindo otimismo com as recentes medidas de estímulo econômico implementadas pelo governo de Xi Jinping.
Apesar do cenário positivo, o relatório destaca que desafios estruturais e baixa confiança ainda precisam ser enfrentados para garantir um crescimento sustentável.
Projeções otimistas para 2024 e 2025
Nos primeiros nove meses de 2023, a economia chinesa registrou um crescimento de 4,8%, superando o desempenho de anos anteriores. Além disso, o governo revisou o PIB de 2023, elevando-o para 129,4 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 17,7 trilhões), com base em um novo censo econômico divulgado na quinta-feira.
A recuperação econômica chinesa é resultado de esforços do governo em fortalecer a produção e a alta tecnologia, além de promessas de melhorias no bem-estar social e nas políticas fiscais. A expansão da classe média para 32% da população desde 2010 é um indicativo de progresso na direção de um crescimento mais inclusivo, diz a análise sobre mobilidade econômica que acompanha o relatório.
Desafios no caminho
Apesar dos números positivos, o Banco Mundial enfatizou que a confiança reduzida dos consumidores e das empresas, aliada aos problemas estruturais no setor imobiliário, limita o potencial de crescimento a longo prazo. De acordo com Mara Warwick, diretora do Banco Mundial para a China, Mongólia e Coreia, reformas profundas são essenciais para revitalizar a economia. “Abordar os desafios no setor imobiliário, fortalecer as redes de proteção social e melhorar as finanças dos governos locais serão essenciais para desbloquear uma recuperação sustentável”, avalia a diretora.
O setor imobiliário continua a ser uma preocupação central. Sua desaceleração prolongada ameaça os investimentos e as receitas locais, exigindo soluções rápidas e eficazes. Além disso, no cenário externo, as tarifas comerciais previstas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, podem criar obstáculos adicionais para as exportações chinesas, que têm sido um motor crucial de crescimento.
Próximos passos
Segundo o Banco Mundial, para sustentar a recuperação, a China deve “equilibrar o suporte de curto prazo ao crescimento com reformas estruturais de longo prazo”. A confiança dos mercados e das famílias depende de ações claras e estruturadas. Fortalecer a base de consumo doméstico e ajustar políticas para lidar com riscos internos e externos será decisivo para consolidar o crescimento.
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com informações do Valor Econômico