A escalada do conflito entre os sionistas e a resistência libanesa do Hesbolá revelou a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) em favor dos interesses imperialistas no país.Em Naqoura, cidade localizada no sul do Líbano, próximo à ocupação sionista em terras palestinas, um veículo aéreo não tripulado (VANT) israelense atingiu dois combatentes da resistência, sem que os radares franceses alertassem sobre a presença deste.
Há duas semanas, mais dois radares marítimos franceses foram instalados nesta cidade, reforçando o monitoramento já feito desde 2006 na região.Anteriormente, radares espanhois já haviam sido instalados na Planície de Blat, na cidade de Marjeyoun, província de Nabatia. Também no Sul do Líbano.
Uma vez que os radares estão instalados em bases da UNIFIL, um braço da ONU no Líbano, tudo leva a crer que esses dispositivos servem, na verdade, para monitorar a resistência, e não para proteger os libaneses de ataques sionistas.
UNIFIL é a sigla para United Nations Interim Force in Lebanon, ou Força Interina das Nações UNidas no Líbano, sendo assim, deveriam garantir a segurança dos libaneses contra os ataques sionistas.
Esse braço da ONU atua no Líbano desde 1978, período em que o país passava por uma guerra civil. A atuação deste grupo ligado às Nações Unidas sempre foi vista com desconfiança pelos libaneses.
Várias são as evidências de que na verdade a UNIFIL age em favor dos interesses imperialistas. Desde 2001, um navio de guerra alemão comanda as operações navais do grupo, não se sabe sobre seus tripulantes ou pessoas que embarcam ou desembarcam dele. Na região em que atua, diversos atentados ocorreram normalmente.
Os radares recentemente instalados foram feitos a pedido de “Israel” há dois anos para o comandante desta força, o espanhol Aroldo Lázaro Sáen, só não foram realizados anteriormente devido a pressões dos próprios libaneses.
A UNIFIL também auxiliou o esforço de inteligência para neutralizar os pontos cegos, que permitiam o Hesbolá atacar áreas de vigilância israelenses.
No ano passado, ingleses e norte-americanos solicitaram ao Conselho de Segurança da ONU, atendendo ao pedido dos sionistas, autorização para a livre movimentação da UNIFIL em território libanês sem o acompanhamento do exército local, algo que está fora da lei.
Apesar da solicitação ainda não ter sido atendida, fica claro que a ONU e seu grupo de atuação no Líbano servem ao imperialismo e consequentemente ao sionismo. Não há por parte deles qualquer interesse com a segurança de civis libaneses.
Para aqueles que acreditam que o imperialismo é democrático, ou, pior ainda, que o Estado artificial de “israel” se trata da única democracia do Oriente Médio, fica o exemplo da presença da UNIFIL e sua atuação real como provas do contrário.
Não há por parte da ONU qualquer esforço em direção ao cessar fogo para que a vida dos palestinos ou libaneses sejam poupadas. A probabilidade de uma intervenção militar na região comandada pelo imperialismo é muito maior com um monitoramento mais intenso em relação à atuação da resistência.
Os diversos apelos que passam pela instituição, denunciando o massacre do povo palestino, terminam no poder de veto dos norte-americanos, como se não bastasse, vemos o esforço de proteção aos sionistas sendo realizado por eles envolvendo agora os radares franceses e espanhóis.