Orbán veta adesão da Ucrânia à União Europeia

Líder húngaro acusa Bruxelas de enganar os ucranianos com promessas ilusórias e diz que a entrada de Kiev no bloco “mudaria tudo” de forma perigosa


O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou nesta sexta-feira (27) que seu país bloqueou o início das negociações de adesão da Ucrânia à União Europeia. A decisão foi tomada com base nos resultados da consulta nacional “Voks 2025”, que contou com a participação de mais de 2 milhões de eleitores húngaros.

“Com mais de 2 milhões de votos na consulta Voks 2025, impedimos a adesão da Ucrânia à UE”, declarou Orbán em entrevista à rádio pública húngara Kossuth, direto de Bruxelas, onde participa da cúpula da União Europeia.

O veto húngaro e suas consequências

Segundo a Xinhua, o líder húngaro lembrou que o processo de adesão à UE é complexo e exige aprovação unânime de todos os Estados-membros em cada etapa. “Enquanto não houver unanimidade, o capítulo não pode ser aberto”, afirmou, referindo-se ao início das negociações formais com a Ucrânia.

Orbán criticou a pressão de alguns líderes europeus para acelerar a entrada do país em guerra no bloco, classificando a medida como “uma ameaça direta”. “Se admitirmos um país em guerra, estamos admitindo a guerra”, alertou o primeiro-ministro, expressando preocupação com os riscos de o conflito se estender para o território da UE.

A posição da Hungria

Apesar de reconhecer o sofrimento do povo ucraniano, Orbán defendeu que a Hungria deve oferecer apoio “sem se destruir no processo”. Ele destacou que a adesão plena concederia à Ucrânia direitos e benefícios financeiros completos, o que, segundo ele, “mudaria tudo”.

“Nós, húngaros, estamos falando sério e com honestidade”, disse Orbán, acusando outros líderes europeus de enganarem a Ucrânia com promessas irrealistas. “As pessoas em Bruxelas estão zombando deles, enganando os ucranianos e prometendo algo que não é possível.”

Hungria se mantém firme, apesar de críticas

O primeiro-ministro rejeitou a ideia de que a Hungria está isolada em sua posição, comparando a situação com a oposição do país às políticas migratórias da UE no passado. “Alguns anos se passaram, e agora todos estão dizendo o que nós já dizíamos. O mesmo acontecerá com a questão da Ucrânia”, afirmou.

A decisão húngara deve prolongar as tensões dentro do bloco europeu, onde muitos países, como Alemanha e França, apoiam uma integração mais rápida da Ucrânia como forma de fortalecer sua segurança e estabilidade diante da guerra com a Rússia.

Enquanto isso, o governo ucraniano ainda não se pronunciou oficialmente sobre o veto, mas diplomatas em Kiev já sinalizaram frustração com a postura de Orbán, que tem sido um dos principais críticos do apoio europeu à Ucrânia desde o início da invasão russa.

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