Parlamentares da oposição travam o início dos trabalhos na Câmara e no Senado nesta terça-feira em meio a protestos contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na Câmara, deputados do PL e de outros partidos ocuparam a Mesa do Plenário e atrasam a sessão para votações de propostas. No Senado, políticos afirmaram que as votações estarão obstruídas até que as duas Casas coloquem em votação uma série de matérias classificada por eles como “pacote da paz”.
Eles querem reunião com os presidentes da Câmara e do Senado para tratar da pauta de votações, e também protestam contra a prisão do ex-presidente, decretada nesta segunda-feira pelo ministro do STF Alexandre de Moraes – uma decisão “sem nenhuma razão jurídica” e monocrática, segundo esses mesmos políticos.
Segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, o ministro do STF promoveu uma manobra jurídica ao conceder a prisão de forma monocrática e sem ouvir o Ministério Público e os demais ministros da turma que julga a ação em que Jair Bolsonaro é réu.
Para a oposição, o país só vai “olhar para frente” quando votar a proposta que concede anistia ampla e irrestrita aos condenados pelos ataques do 8 de janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e a votação da PEC que acaba com o foro privilegiado.
Nesta segunda-feira, Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro pelo descumprimento de medidas cautelares, que incluiu o uso de redes sociais por terceiros.
Além da prisão domiciliar, o ministro do STF também determinou a proibição de visitas (exceto de familiares próximos e advogados) e a apreensão de todos os celulares disponíveis na casa do ex-presidente, em Brasília.
Com Agência Senado e Agência Câmara de Notícias