Lee Jae-soo é acusado de obstruir o andamento da destituição de Yoon Suk Yeol, seu antecessor, que sofreu processo de impeachment após decretar estado de emergência.
A oposição sul-coreana anunciou nesta quinta-feira (26/12) que apresentou uma moção para o impeachment contra o presidente interino Lee Jae-soo, depois que ele se negou a designar os juízes da Corte Constitucional para concluir o processo de destituição do seu antecessor.
A Coreia do Sul entrou em uma grave crise política no início de dezembro quando o presidente Yoon Suk Yeol, hoje afastado do cargo, decretou estado de emergência, numa manobra descrita pela oposição como um golpe de Estado.
O Parlamento aprovou o impeachment de Yoon em 14 de dezembro, mas para ratificar a decisão é necessária uma sentença da Corte Constitucional.
O tribunal, no entanto, está desfalcado, sem três juízes do colegiado de nove. Embora possa funcionar com seis magistrados, se apenas um deles votar contra a destituição, Yoon retornaria ao cargo.
A oposição quer que Lee aprove a nomeação de três juízes, o que ele se negou a fazer até o momento, bloqueando indiretamente o processo de destituição de Yoon.
Por este motivo, o opositor Partido Democrático afirma que o presidente interino também deve ser afastado.
Yoon Suk Yeol decretou estado de emergência no início do mês e provocou crise política | South Korean Presidential Office/Getty Images
Violação dos deveres
Na moção para o impeachment, a oposição acusa Lee de violar seus deveres como presidente interino.
Os opositores citam a recusa do presidente a nomear formalmente os juízes e a promulgar duas leis especiais para investigar a efêmera imposição do estado de emergência por Yoon e as suspeitas de corrupção que envolvem a esposa do presidente afastado, Kim Keon Hee.
Lee está “evitando intencionalmente a investigação especial dos envolvidos na insurreição e expressou claramente sua intenção de rejeitar as nomeações de três juízes da Corte Constitucional”, afirma a moção.
Se a oposição concretizar seu objetivo na sexta-feira, a Coreia do Sul terá o segundo afastamento de um chefe de Estado em menos de duas semanas.
Yoon também enfrenta acusações criminais de insurreição por sua declaração de estado de emergência.
Nesta quinta-feira, Yoon foi intimado pela terceira vez a comparecer a um interrogatório, no dia 29, depois que rejeitou uma intimação para o dia de Natal.