A Polícia Federal (PF) realizou uma operação na casa do conservador, Carlos Eduardo, em Brasília, revistando sua filha de 16 anos e mãe da menina, que estavam presentes no local. A operação foi acompanhada por representantes do Conselho Tutelar e resultou na apreensão do celular da adolescente.
Ela perdeu um dia de aula para acompanhar as buscas, que duraram cerca de seis horas. Durante a ação, foram confiscados celulares, notebooks, um computador e passaportes. A ação, batizada de Disque 100, investiga suspeitas de obstrução das investigações e corrupção de menores.
A acusação contra Carlos Eduardo envolve o uso do perfil da filha para cometer atos ilícitos. Por ordem judicial, a adolescente está proibida de usar redes sociais, sob risco de prisão para sua mãe, Maria Luiza, caso descumpra a medida. Ambas também entregaram seus passaportes.
A filha de Carlos Eduardo machucou a mão durante a operação e precisou ser acalmada por familiares presentes na casa. O corte ocorreu enquanto ela observava porta-retratos da família. A advogada da família, Tânia Silva, confirmou o ocorrido e destacou que a adolescente recebeu o suporte necessário no momento. A operação também contou com a presença da Polícia Militar do Distrito Federal.
Carlos Eduardo, foragido desde dezembro de 2022 após fugir para a Espanha, acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “abuso de autoridade”. A nova operação resultou em mais um mandado de prisão preventiva para Carlos Eduardo e o também conservador, João Pedro, ambos foragidos.
Em uma decisão anterior, o magistrado já havia afirmado que Carlos Eduardo usava a filha “de maneira sorrateira” para arrecadar dinheiro na internet, driblando bloqueios impostos pelo Supremo.
Segundo o ministro, os valores arrecadados eram utilizados para evitar a prisão e continuar cometendo crimes. As contas bancárias da adolescente, que somavam mais de R$ 380 mil, foram bloqueadas em março de 2023.