A redação do Diário Causa Operária (DCO) recebeu a denúncia de que um casal de palestinos e seus dois filhos se encontram, neste momento, presos no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ghalia A.M. Hamad, de 33 anos, Zakaria Y. A. Ahmed, de 36 anos, pais de uma menina de três anos e de uma menina de nove anos, pousaram no Brasil para uma conexão rumo à Bolívia, que seria o destino final de suas respectivas passagens.

Ao chegar em território brasileiro, os palestinos optaram por pedir refúgio ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O requerimento foi feito na última sexta-feira (9). Até o momento em que este artigo foi escrito, na tarde da segunda-feira (13), o casal e seus filhos ainda não haviam recebido retorno das autoridades.

Ghalia A.M. Hamad, que é repórter da emissora catarense Al Jazeera, está grávida. Segundo relato feito por uma especialista em direito, Hamad foi separada de seu esposo por funcionários da Polícia Federal.

“Ontem à noite”, disse ela ao Diário Causa Operária, “a Polícia Federal foi ao quarto deles e separou a mulher e o marido. Deixou ela com as crianças e, agora, ela não sabe onde está o marido dela”.

A especialista ainda destacou que, embora os palestinos tenham entrado no Brasil sem visto, “a intensidade da ação estatal sobre eles é atípica”.

Segundo dados apresentados pelas autoridades locais, mais de 40 mil palestinos já foram mortos por ações militares causadas por “Israel” desde 7 de outubro de 2023. Além disso, estima-se que mais de 90% da população esteja em situação de fome e vulnerável a doenças infecciosas.

A demora em atender ao pedido de asilo feita pela família palestina vai de encontro à atitude de países solidários ao povo palestino e aos próprios preceitos diplomáticos que regem o Partido dos Trabalhadores. Espera-se que, em uma situação como esta, em que uma família busca refúgio de um genocídio, as autoridades ajam com a máxima celeridade, de modo a minimizar o sofrimento daqueles que foram forçados a abandonar a sua terra.

Fontes informaram ainda a este Diário que a comunidade palestina no Brasil já havia manifestado interesse em acolher a família do senhor Ahmed. Faltaria, portanto, apenas o aval do Conare para que os palestinos pudessem sair do Aeroporto de Guarulhos.

Fontes que contataram este Diário para falar sobre o caso ainda afirmaram que a demora na liberação da família palestina ocorre justamente por sua origem. Os palestinos estão sendo perseguidos em todo o mundo, como resultado das parcerias entre o aparato policial dos Estados nacionais e os serviços de inteligência de “Israel”.

Outro lado

Tentamos entrar em contato com a Polícia Federal Nacional para maiores esclarecimentos. O órgão, no entanto, nos direcionou para que falássemos com a Polícia Federal de São Paulo. Esta nos direcionou para que contatássemos a Polícia Federal da Cidade de Guarulhos, que não retornou as nossas ligações e mensagens.

Tentamos entrar em contato com o Ministério da Justiça para maiores esclarecimentos acerca da atuação da Conare. A pasta alegou estar aguardando um posicionamento do Comitê Nacional.

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Última Atualização: 12/08/2024