Antônio Carlos. Foto: Divulgação

O general Antônio Carlos, ex-ministro da Defesa, da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro, foi preso no último sábado (14) no Rio de Janeiro. A prisão ocorreu após ele retornar de uma viagem na noite de sexta-feira (13).

O mandado de prisão contra Antônio Carlos foi expedido durante a semana, mas a operação da Polícia Federal, que geralmente não ocorre aos finais de semana, foi realizada quando o general já estava de volta à cidade. A prisão de Antônio Carlos foi resultado de uma investigação em curso, que apura sua participação em um plano de golpe de Estado.

Ele é apontado como líder de um grupo que planejava uma intervenção militar para impedir a posse do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. O ex-ministro também teria aprovado e financiado um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Antônio Carlos foi preso em Copacabana, no Rio, e será entregue ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia do Exército. Ele é um dos principais alvos da Operação Contragolpe, com 884 páginas de relatório, sendo citado 98 vezes na investigação, que resultou no indiciamento de outros 35 acusados, incluindo o ex-presidente Bolsonaro.

Antônio Carlos e Bolsonaro. Foto: Divulgação

O STF expediu os mandados de prisão e busca e apreensão contra Antônio Carlos e outros envolvidos no suposto plano de golpe. A Polícia Federal afirmou em nota que as medidas judiciais visam evitar a reiteração de ações ilícitas. A prisão de Antônio Carlos é mais um capítulo de uma investigação que busca esclarecer os responsáveis pela tentativa de golpe para barrar a posse do governo Lula.

Além disso, o coronel Peregrino, assessor de Antônio Carlos, também é alvo da operação. Ele é mencionado no contexto do plano “Lula não sobe a rampa”, que foi encontrado em um documento apreendido pela PF no mês passado, na sede do Partido Liberal, em Brasília. O coronel foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua residência na capital federal.

Os advogados de Antônio Carlos negam as acusações e afirmam que o general não esteve envolvido em qualquer tentativa de golpe nem no planejamento para assassinato de figuras políticas. Em nota divulgada recentemente, a defesa argumentou que Antônio Carlos não discutiu nem coordenou qualquer ação ilegal, contestando as alegações de envolvimento com o suposto golpe de Estado.

A prisão do general e o andamento das investigações continuam sendo acompanhados de perto, com repercussões significativas no cenário político e judicial do país. O caso segue em apuração, e novas ações da Polícia Federal podem ocorrer conforme a investigação avança.