Nesta quarta-feira (14), a Polícia Federal deflagrou uma operação que mira blogueiros bolsonaristas que passaram a atacar e ameaçar integrantes da corporação. Entre os alvos estão Carlos Eduardo Silva e Alan dos Santos, que estão foragidos, por viverem no exterior.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes emitiu um novo mandato de prisão contra ambos atendendo a um pedido da PF. A corporação também realiza uma operação na residência de Maria Luiza Silva, esposa do blogueiro bolsonarista Carlos Eduardo Silva, localizada no Lago Sul, em Brasília.
Além da ameaça aos policiais federais, os investigadores apontam que Carlos Eduardo Silva pode ser enquadrado no crime de corrupção de menores por usar o perfil de sua filha adolescente na rede “X”, para fazer postagens criminosas.
A ação ocorre menos de 24 horas após Elon Musk, bilionário dono do X, divulgar uma decisão sigilosa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que visava bloquear os perfis de Maria Luiza Silva e da filha adolescente do casal no X.
“Há indícios de que Carlos Eduardo Silva Filho também utiliza sua filha adolescente e seus dois filhos menores de dois anos para a realização das postagens. Além do próprio dever de cuidado que seria suficiente para caracterizar o crime omissivo, em seu caso, há registros de incentivo às ações da filha, bem como da própria gravação dos filhos menores de doze anos na Espanha, sendo o vídeo em seguida postado pela filha adolescente”, diz o trecho da representação da PF.
Os investigadores apontam ainda que o plano de ameaças aos policiais foi iniciado por Alan dos Santos com o “objetivo de intimidar e sujeitar à execração midiática os policiais que atuam” nos casos sob relatoria de Moraes.
Na representação, são detalhadas ataques a delegados, com mensagens intimidatórias, exposição de fotos e colocação de um objeto no carro de um dos delegados. Também foram divulgados dados de familiares dos delegados.
Além dos blogueiros, a PF também incluiu na operação Ednardo Davila Mello, conhecido como Ed Raposo, que, segundo a investigação, participou da campanha de intimidação dos policiais federais e incitou a filha adolescente de Carlos Eduardo Silva a conseguir imagens de um servidor. A operação visa combater a exposição e intimidação dos policiais que atuam em casos relacionados ao STF.
A operação desta quarta-feira contou com a presença de duas viaturas descaracterizadas da PF, além do apoio da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e do Conselho Tutelar.
Carlos Eduardo Silva, que está com a prisão decretada desde 2022 no inquérito dos atos antidemocráticos, reside atualmente na Espanha, onde solicitou proteção internacional. Caso seu pedido seja aceito, ele receberá assistência jurídica, médica e documentação espanhola como solicitante de proteção internacional, além de apoio para seus dois filhos menores.
Eustáquio alegou que seus filhos foram vítimas de tentativas de sequestro no Brasil, mas negou conhecer os responsáveis. A PF também está investigando possíveis crimes relacionados à utilização do perfil de sua filha adolescente para postagens criminosas na rede X, e destaca a possibilidade de corrupção de menores.
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