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ONG de fachada vende idealismo para afetar mundo dos negócios

por Márcio Chaer

O Brasil foi “denunciado” na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), na semana passada, por um pretenso “desmonte das políticas de combate à corrupção”.

O denunciante é o empresário Bruno Brandão, titular da Transparência Internacional Brasil, que instrumentaliza bandeiras idealistas para enfraquecer empresas brasileiras na acirrada disputa por mercados internacionais.

Brandão, à frente da “transparência”, foi ator relevante no esquema apelidado “lava jato”. Ele tentou e não conseguiu estruturar uma fundação privada com o dinheiro das multas aplicadas a empresas brasileiras — cerca de R$ 5 bilhões. Com a sua assessoria, algo como US$ 7 bilhões de empresas do Brasil foram transferidos para os Estados Unidos e para a Suíça.

Para pressionar membros do Judiciário e políticos, através da opinião pública, o grupo de Brandão passou a usar um obscuro “índice de corrupção” para fuzilar empresários na imprensa — entre eles os irmãos Batista, donos da J&F. Durante as investigações, a holding foi forçada a vender empresas como a Eldorado Celulose.

A venda interessava particularmente à Transparência Internacional, haja vista a atuação do seu representante no Brasil, o empresário Josmar Verillo, do ramo de papel e celulose. Mais tarde, Verillo era também executivo do grupo sino-indonésio Paper Excellence, que tentou se apossar da Eldorado sem pagar.

Como a venda da Eldorado para a Paper tropeçou na Justiça, Brandão usou o seu “índice de corrupção” para interferir no negócio. Assim como na “denúncia” na OEA, Brandão afirma que a corrupção saiu do controle no país por causa das manobras do grupo J&F, além de resgatar outros casos — que têm em comum o linchamento de empresas e empreendimentos nacionais.

Esses fatos são demonstrados em um estudo produzido pelo constitucionalista Georges Abboud, que mergulhou na documentação gerada pelas investigações em torno das chamadas “lava jato” e “vaza jato”, ou “spoofing”.

O estudo revela as conexões espúrias entre a TI e o MPF no âmbito de ações policiais como a “greenfield” (que, no final das contas, serviu para forçar a venda da Eldorado), além das ambições da “ong” para gerir bilhões de reais acoplados em um fundo privado, mais um produto das artimanhas da “lava jato”.

“O conluio entre integrantes do MPF e a TI na gestão do montante de R$ 2,3 bilhões pactuado com a J&F no âmbito do acordo de leniência motivou a apresentação, pelo Deputado Federal Rui Falcão (PT-SP), de notícia-crime — que originou a PET 12.061 — em que a relação nebulosa entre MPF e TI é esmiuçada, apontando o deputado que diversos membros do MPF podem ter agido de forma ilícita e ímproba nessa parceria”, diz o levantamento de Abboud.

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Last Update: 13/03/2025