O uso rotineiro de medicamentos comuns leva a graves consequências para a saúde dos idosos

Um estudo do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, publicado no Journal of the American Medical Directors Association (JAMDA), constatou que em 71,8% das internações de pacientes com mais de 65 anos houve o uso de medicamentos contraindicados para idosos.

Um dos remédios contra indicados para idosos é o omeprazol, usado no tratamento de problemas gastrointestinais.

De acordo com o doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e professor da Especialização em geriatria do Sírio-Libanês, Pedro Curiati, o uso frequente do medicamento aumenta o risco do desenvolvimento de problemas cognitivos no paciente, uma vez que interfere na absorção da vitamina B12 pelo organismo.

“Mais do que isso: em pacientes internados, a diminuição da acidez do estômago provocada pelo omeprazol pode aumentar a quantidade e a variedade de bactérias e elevar o risco de pneumonia por broncoaspiração quando a pessoa tem refluxo”, acrescenta.

Outro remédio contra indicado é o ciprofloxacino, antibiótico usado em tratamentos de infecções bacterianas graves ou que não respondem bem a tratamentos convencionais.

Em idosos, o medicamento pode causar confusão mental nas primeiras 24 horas após o uso. O paciente pode apresentar ainda desorientação, sonolência, agitação e alterações no ciclo do sono.

Curiati afirma que remédios comuns, de fácil acesso e que, muitas vezes, são usados sem prescrição médica, apresentam grandes riscos aos idosos. Assim, o paciente precisa de uma orientação médica cuidadosa, que leve em consideração particularidades e em que o médico analise se o benefício do tratamento com determinados remédios compensa o risco de eventuais efeitos colaterais.

Reserva funcional

O médico explica que a vulnerabilidade dos maiores de 65 anos está relacionada à perda natural da reserva funcional mantida pelo organismo.

O corpo começa a perder, a partir dos 30 anos, essa reserva, que garante as condições para que o organismo seja capaz de enfrentar doenças e contratempos sem interferir no equilíbrio da saúde.

Consequentemente, a perda da reserva funcional deixa os idosos mais vulnerável a intoxicações e efeitos colaterais não apresentados em pacientes mais jovens.

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