O presidente Lula conversou com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último fim de semana sobre a ameaça de sanções dos Estados Unidos. O diálogo ocorreu por telefone, dias depois de Marco Rubio, secretário de Estado do país, dizer que “há uma grande possibilidade” de o magistrado ser punido pelo governo americano.
Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, Lula reiterou a mensagem que já havia passado a Moraes por meio de outros integrantes do governo e afirmou ter orientado o Itamaraty a reagir com “firmeza”. O petista tem recebido informações de Mauro Vieira, chanceler brasileiro, sobre as conversas com a administração de Donald Trump.
Os ministros do Supremo acreditam que não cabe a eles ou ao próprio ministro conduzir o assunto, mas a membros da diplomacia. Por isso, o governo tem tratado do assunto com o país e informado a Corte sobre as atualizações do caso.
Paralelamente, o Itamaraty determinou que a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, tente neutralizar a articulação golpista do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem discutido punições a Moraes com aliados de Trump.
A embaixadora tenta demover autoridades americanas de prosseguir com a punição, por meio de conversas com diplomatas americanos e parte da cúpula da secretaria de Estado. Viotti argumenta que uma eventual sanção pode atrapalhar a cooperação histórica entre Brasil e Estados Unidos.
O Supremo abriu, na segunda-feira (26), um inquérito contra Eduardo devido à sua atuação no país. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu para que a Corte investigue o parlamentar por possível coação no curso de processo e obstrução a investigação de infração penal.
O objetivo do parlamentar seria, segundo a PGR, interferir no andamento do processo sobre a trama golpista, que tem como alvo principal o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
