Ao dizer que, sem o STF, não governa, o presidente Lula escancara o que a oposição apenas insinua: o Executivo já conta com o tribunal como extensão do próprio poder. A esquerda justifica que perder sempre no Congresso é inviável. Melhor apelar ao Supremo. Mas se o governo não tem votos no plenário, que os conquiste, e não recorra a ministros em busca do que não obteve no Congresso. A cena política atual simula uma disputa entre Poderes, onde o STF é pintado como árbitro neutro. Não é. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, é um crítico aberto do Legislativo. No fundo, boa parte da Corte vê o Congresso como incômodo e não aprova suas agendas, que representa a maioria conservadora, a mesma que deseja anistia para os acusados dos atos de 8 de janeiro. O problema não é jurídico e sim político. E o STF já escolheu um lado, o que deslegitima os representantes dos “213 milhões de pequenos tiranos”. (Foto/reprodução internet)
