Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e ex-ministro do governo Dilma, venceu as eleições internas do Partido dos Trabalhadores (PT) e passa a ocupar o cargo de presidente da legenda até 2029. Edinho, candidato da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 239,1 mil votos, 73,48% do total de 342,3 mil petistas que votaram no processo interno.

Rui Falcão ficou em segundo lugar, com 36,3 mil votos (11,15%). Depois, Romênio Pereira (11,06%), secretário de relações internacionais, e Valter Pomar (4,3%), diretor da Fundação Perseu Abramo.

Em seu discurso após a divulgação do resultado, o ex-prefeito agradeceu a Lula e afirmou que é preciso “dar continuidade ao projeto de reconstrução do Brasil” por meio da reeleição de Lula:

“A reeleição do presidente Lula significa a gente construir um Brasil sem privilégios, de justiça social, e que a democracia vença o pensamento fascista”, disse.

Apesar da vitória do bloco liderado por Lula, que impôs a candidatura de Edinho, o processo eleitoral petista se deu em meio a uma crise expressa, dentre outras coisas, por meio da disputa em Minas Gerais. O pleito sequer foi finalizado no estado mineiro, pois a deputada Dandara Tonantzin entrou na Justiça para barrar a votação devido ao fato de que sua candidatura não foi aceita pelo Diretório Nacional.

O que Tonantzin fez é expressão, também, da política do PT de apoiar a intervenção do Judiciário no que for possível. A deputada chegou ao cúmulo de chamar a Justiça contra o próprio partido, um ataque de dentro à independência partidária.

A crise também veio à tona no Rio de Janeiro, onde a Articulação de Esquerda alegou que houve compra de votos para favorecer o vencedor, Diego Zeidan, filho de Washington Quaquá. “Tenho certeza que houve compra de votos e uso do poder econômico no PED do Rio de Janeiro”, afirmou à emissora CNN o secretário de formação do PT fluminense, Olavo Brandão Carneiro.

Segundo Brandão, o responsável pela suposta fraude seria o próprio Quaquá, atual prefeito de Maricá. Também à CNN, ele afirmou, no entanto, que as acusações não passam de “choro de quem não tem trabalho político”.

De modo geral, o Processo de Eleição Direta (PED) se tratou de uma eleição despolitizada, que teria contado com a participação de menos de 500 mil filiados do total de 1,3 milhão que estão registrados no PT. Em certo sentido, Edinho, integrante da estrutura parlamentar do partido, aponta com perspectiva aprofundar a política de alianças com a burguesia. Política que vai na direção do próprio suicídio político do PT.

Seguindo essa concepção, nas próximas eleições, o PT deve apoiar uma série de candidatos da direita golpista, abandonando candidatura própria na maioria dos estados — algo visto nas últimas eleições municipais. Com isso, se concretizaria uma derrota muito profunda que pode, inclusive, levar à liquidação da própria candidatura de Lula.

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Last Update: 08/07/2025