Durante um evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, defendeu a autonomia do Banco Central para uma transição responsável na liderança do órgão ao término do mandato de Roberto Campos Neto, em 31 de dezembro.
Representando o ministro Fernando Haddad, Durigan argumentou que a autonomia do Banco Central é crucial para evitar “oposição política” e promover um “diálogo técnico” e “entendimento no setor”. Vale destacar que desde a aprovação do projeto que deu autonomia do BC, a taxa de juros do Brasil é a segunda mais alta do planeta, perdendo apenas para a Rússia, um país em guerra.
“Fazer a transição da autoridade monetária também com responsabilidade, sem arroubo político. Somos a favor da autonomia do Banco Central. A autonomia do Banco Central garante que não haja oposição política no Banco Central, que haja diálogo técnico, que haja entendimento, isso é muito importante”, declarou Durigan.
A posição expressa por Durigan vai de encontro às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a autonomia do Banco Central, aprovada durante o governo de Jair Bolsonaro.
Lula, que tem histórico de conceder autonomia operacional a líderes do Banco Central durante seus governos anteriores, questionou recentemente a quem a autonomia atualmente concedida realmente serve.
Além da gestão do Banco Central, Durigan também abordou a política de “equilíbrio das contas públicas” como essencial para a estabilidade econômica do Brasil.
Ele confirmou o compromisso do governo com a manutenção dessa política para os próximos anos, visando manter baixas as taxas de juros e fomentar emprego e estabilidade econômica.
“A Fazenda não abre mão do equilíbrio das contas públicas. Gostaríamos de ter feito antes, não foi possível. Vamos fazer esse ano, vamos fazer no ano seguinte. Não abrimos mão. Isso vai dar tranquilidade para o país, mantém uma taxa de juros mais baixa, gerar emprego, gerar estabilidade, aumentar o fluxo da balança comercial”, explicou Durigan.
O governo federal anunciou recentemente um corte de R$ 15 bilhões nos gastos para 2024, com o objetivo de cumprir as regras fiscais estabelecidas pelo novo teto de gastos elaborado por Haddad.
Este plano limita o crescimento dos gastos a 2,5% ao ano, ajustados pela inflação, e estabelece um déficit máximo de R$ 28,8 bilhões para o próximo ano.