O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, anunciou que não irá comentar as declarações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Maduro havia feito uma declaração ameaçadora, afirmando que haveria um “banho de sangue” na Venezuela caso ele não vencesse a eleição marcada para o sábado.
Em resposta, Maduro disse que quem estivesse assustado deveria tomar um chá de camomila. “Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, declarou Maduro.
A diplomacia brasileira interpretou a declaração de Maduro como um sinal de fraqueza. “Você já viu candidato ganhador com essa atitude na véspera de eleição?”, questionou um diplomata.
O governo brasileiro enviará dois observadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, para acompanhar o processo eleitoral na Venezuela.
“Quem se assustou, que toma um chá de camomila”, diz Maduro sobre Lula.
“Vocês querem que chegue ao poder um Milei? Um Bolsonaro? Na Venezuela, não”, prosseguiu Maduro em um evento.
(Tradução: @SamPancher) pic.twitter.com/ZiP0HHPBB8
— Metrópoles (@Metropoles) July 24, 2024
Desde o início de seu mandato, Lula buscou criar pontes de diálogo com Maduro e reintegrar a Venezuela ao continente. Diferentemente de seu antecessor, Jair Bolsonaro, o petista mantém uma linha de comunicação com ele e evita condenar abertamente as atitudes antidemocráticas do governo venezuelano.
O objetivo do governo brasileiro é garantir que as eleições na Venezuela sejam democráticas e transparentes. No entanto, Maduro tomou medidas que desagradaram o Palácio do Planalto. O comitê eleitoral venezuelano desqualificou duas opositoras: Maria Corina Machado e Corina Yoris.
Essas ações foram interpretadas pelo Brasil e pela comunidade internacional como uma interferência política no processo eleitoral.
A ameaça de “banho de sangue” caso Maduro não vença gerou mais preocupações. A diplomacia brasileira tem lembrado à Venezuela da importância de cumprir o Acordo de Barbados, firmado entre o governo venezuelano e a oposição, com a mediação da Noruega.
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