O rosto dos mistérios
por Romério Rômulo
O rosto dos mistérios sempre sobra
de uma fatal substância já perdida
no sal da tarde, no saber mais lento
Quando o braço da vida, o duro braço
tão permanente e raso de ferrugem
retarda as manhãs, fúrias incautas
Se a perda se faz, tão permanente
que o corpo instado é uma praga
e o gesto incomum só perpetua
A voz soldada em carnes, as mais doídas.
Romério Rômulo (poeta prosador) nasceu em Felixlândia, Minas Gerais, e mora em Ouro Preto, onde é professor de Economia Política da UFOP e um dos fundadores do Instituto Cultural Carlos Scliar – Rio de Janeiro RJ.